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Pablo Marçal é criticado por Nunes, Boulos e Tabata por proximidade do PRTB com o PCC

Influenciador pediu ajuda de policiais para “limpar” o partido de pessoas ligadas ao crime organizado; ele nega relação com possíveis ilícitos de integrantes da legenda, mas, procurado, não se manifestou sobre as acusações dos rivais

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Foto do author Pedro Augusto Figueiredo

O candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), foi criticado por seus adversários nesta segunda-feira, 26, pela proximidade de membros de seu partido, o PRTB, com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O assunto foi explorado por Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB), responsável por produzir os vídeos mais contundentes contra o influenciador nos últimos dias.

Procurado, Marçal não se manifestou sobre as acusações dos rivais. Contudo, em sabatina na CNN nesta segunda-feira, ele pediu ajuda dos policiais para “limpar” a legenda. A ligação de integrantes do PRTB com a facção criminosa foi revelada pelo Estadão em maio. Como também mostrou o jornal, segundo a Polícia, articuladores da sigla trocaram carros de luxo por cocaína para o PCC.

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“Sobre pessoas do PCC no meu partido, eu queria pedir à Polícia Civil, à Polícia Federal, à Polícia Militar, por favor, se vocês sabem que eles estão no meu partido, por que vocês não prendem esses caras?” afirmou Marçal em entrevista à CNN Brasil.

Tabata Amaral publicou um segundo vídeo no qual explora a condenação do influenciador por estelionato em 2010 — ele não cumpriu pena porque o crime prescreveu —, os problemas enfrentados por ele nas candidaturas a presidente da República e a deputado federal em 2022, campanha na qual é alvo da Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro, e o suposto esquema ilegal de impulsionamento nas redes sociais montado por Marçal para a eleição atual.

“De onde vem esse dinheiro? Quem está por trás do Pablo Marçal? Quem banca essa candidatura? Uma pesquisa por seus aliados esbarra sempre nas mesmas letras: P de Pablo, C de coach, C de criminoso. Presidente do partido, ex-presidente do partido, aliados, esquema de troca de carro de luxo por cocaína. Quando questionado, Pablo diz que estar cercado de gente ligada ao crime organizado é normal”, diz Tabata.

Pablo Marçal é candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB  Foto: Felipe Rau/Estadão

Nunes declarou que o candidato do PRTB é “moleque” e “lacrador”, mas negou existir ataques contra Marçal. “O que existe é você colocar as situações. Quando alguém mostra que o partido dele está envolvido até o pescoço — melhor, até o nariz — com o PCC, não é ataque, é a imprensa que está relatando”, disse Nunes, em entrevista coletiva na manhã desta segunda.

Uma pessoa que foi presa por sequestro está lá junto, né? Pessoa que troca carro por drogas. A imprensa está fazendo um belo de um trabalho de demonstrar as relações que tem o partido dele com o PCC”, afirmou o prefeito.

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Boulos, que vem sendo cobrado pelos próprios apoiadores a adotar uma postura mais agressiva como Tabata fez para atacar Marçal, também subiu o tom contra o candidato do PRTB. Vídeo publicado nas redes sociais do candidato do PSOL narra o histórico do presidente nacional do partido de Marçal.

“O alvo das denúncias, Leonardo Avalanche, foi gravado afirmando ter relações com o PCC. O padrinho político de Pablo Marçal disse em áudio revelado pela Folha de S. Paulo que foi responsável pela soltura de André do Rap, um dos principais chefes da organização criminosa. Avalanche nega as acusações”, diz o apresentador de um telejornal simulado pela campanha.

José Luiz Datena (PSDB) também aderiu à ofensiva contra Marçal, mas preferiu destacar a ligação de Filipe Sabará, coordenador do plano de governo do candidato do PRTB, com o ex-governador e ex-prefeito João Doria. O apresentador lembrou que Sabará, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social na gestão Doria na Prefeitura, propôs o uso do composto conhecido como “farinata” na merenda escolar da rede pública municipal.

“Veja com quem tu andas que eu direi quem tu és”, disse Datena nas redes sociais, criticando a sugestão de Sabará de “servir comida de cachorro” para os estudantes. “É brincadeira, com tanta criança morrendo de fome em São Paulo e no Brasil, você ter do seu lado quem pensa desse jeito”. O jornalista, contudo, disputa a eleição pelo PSDB, mesmo partido de Doria à época do ocorrido. O ex-tucano não se manifestou.

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