Ex-coach, empresário e candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) afirmou ser um “fracassado” por já ter rezado para ressuscitar mortos e não ter alcançado o resultado, ou seja, não ter conseguido que a pessoa morta voltasse à vida. A declaração ocorreu em entrevista ao Flow Podcast na noite desta quarta-feira, 28.
“Eu já orei com dois mortos. Eu já fui no velório para ressuscitar pessoas. Eu acredito nisso, ainda vou ver isso. O fato de eu ser um fracassado ainda, porque as orações não funcionaram, não invalida que eu não vá conseguir. Eu quero ser um cristão que vê isso, porque isso para mim é um certificado”, disse.
Ao ser questionado pelo entrevistador sobre a possível pretensão de ser “um enviado de Deus”, Marçal disse que foi “Ele quem falou”, se referindo a Deus. “Está escrito: ‘vocês farão obras maiores’”, disse, afirmando que esse não seria um tema a ser tratado durante a campanha eleitoral.
Leia mais
O tema veio à tona após o entrevistador mencionar um vídeo de um evento em Goiânia, cidade natal do candidato, em que Marçal aparece tentando fazer com que uma mulher com deficiência, que usa cadeira de rodas, volte a andar. Rodeado de homens que seguram a mulher em pé, o “mentor” pede “força nesse joelho” e diz que a mulher “é capaz”. Na ocasião, em 2021, Marçal tentou operar o “milagre” por quase 10 minutos.
Após orientar a mulher a se imaginar “dançando com o Senhor” e a repetir mantras como “eu aceito a cura”, ao perceber que não conseguiria, o então coach perguntou se a cadeirante “se sentia culpada”, referindo-se ao acidente que a deixou sem os movimentos nas pernas. “Até hoje eu me pergunto por que fiz (aquilo)”, disse Marçal, em resposta ao apresentador do Flow, sobre o episódio.
Também na entrevista, o candidato do PRTB afirmou que deverá manter sua estratégia de cortes de vídeos durante os debates eleitorais e que a Justiça precisa de uma reciclagem para entender as redes sociais. Marçal ainda disse que, no processo eleitoral, é preciso “ser um idiota” e que vai levantar a bandeira branca com o fim das eleições.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.