Pablo Marçal diz que União Brasil quer sua ‘alma’ para apoiá-lo na eleição a prefeito de SP

Pré-candidato afirmou que partido está cobrando “muito caro” para fechar apoio; sigla foi procurada por meio da assessoria de imprensa, mas ainda não se manifestou

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Foto do author Pedro Augusto Figueiredo
Atualização:

Pablo Marçal, pré-candidato a prefeito de São Paulo do PRTB, disse nesta quarta-feira, 10, que o União Brasil, partido presidido pelo vereador Milton Leite na capital paulista, está “cobrando caro” para apoiá-lo na eleição. “O que eles estão me pedindo é caro pra mim. É a minha alma e eu não quero entregar isso”, disse o influenciador durante sabatina promovida pelo site UOL e pelo jornal Folha de S. Paulo.

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Ele indicou que quer crescer nas pesquisas de intenção de voto para fortalecer sua posição na negociação. Marçal disse ainda que seu candidato a presidente da República em 2026 é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que pode apoiar Ronaldo Caiado (União-GO) caso receba o apoio do União para a eleição de outubro e o ex-chefe do Executivo não consiga reverter sua inelegibilidade.

“O União provavelmente vai andar com a gente. Só não selou ainda porque está caro demais o pedido deles”, declarou Marçal.

Pablo Marçal (PRTB), anunciado como pré-candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024 Foto: Enzo Beckham/Divulgação Blog Pablo Marçal

Milton Leite disse à Coluna do Estadão na semana passada que a relação com o atual prefeito “está uma m....” por causa da falta de espaço na Prefeitura e que a sigla está “a meio caminho do desembarque”. No final de semana, o vereador disse ao Estadão que não conhece Marçal nem suas propostas e não conversou com ele. O União Brasil foi procurado, mas ainda não respondeu se quer comentar as declarações do influenciador.

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Marçal declarou ainda que vencerá a eleição no primeiro turno e que não usará recursos do Fundo Partidário pois há muitas pessoas querendo doar para sua campanha. Ele indicou que sua vice deve ser uma mulher, citando a médica Nise Yamaguchi (União), que defendeu cloroquina como tratamento para a Covid-19, e uma vereadora de São Paulo que ele não revelou o nome.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, publicada em 5 de julho, Marçal tem 10% das intenções de voto. Ricardo Nunes (MDB), com 24%, e Guilherme Boulos, com 23%, lideram a disputa. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) tem 11% e Tabata Amaral (PSB), 7%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Na sabatina, o empresário disse ser contra a descriminalização da maconha, a equiparação do crime de aborto ao crime de homicídio, ao uso de câmeras nos uniformes de agentes de segurança e a cobrança de multas para quem doa comida à população de rua.

Por outro lado, afirmou ser favorável ao porte de armas e à privatização da Sabesp, mas defendeu que tarifa zero no transporte público continue apenas no domingo. “No geral não faz sentido”, declarou. Disse ainda que seu mentor é Jesus; depois, quando foi pedida uma referência da política brasileira, citou Rui Barbosa.

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Influenciador defende Bolsonaro no caso das joias e coloca atuação da PF em xeque

Marçal, que busca os votos bolsonaristas, considera que a Polícia Federal age de forma política e defendeu Jair Bolsonaro (PL) do indiciamento no caso das joias sauditas. Segundo relatório da PF, o ex-presidente cometeu os crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

“Ele usa um relógio G-Shock, ele não gosta dessa presepada que o Lula gosta, de Patek Philippe”, afirmou. De acordo com a Polícia Federal, Bolsonaro atuou diretamente para desviar um relógio da marca citada por Marçal e vendê-lo nos EUA, entre outras joias. “Se ele não pode ficar com os presentes, eu duvido que ele vá ficar”, acrescentou.

A defesa do ex-presidente argumenta que todos os presentes recebidos seguiram protocolo rigoroso de tratamento e catalogação pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República.

Pablo Marçal também se considera perseguido. Ele é investigado pela Polícia Federal pelos supostos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de dinheiro na eleição de 2022. Ele sugeriu, sem provas, que há um “rolê” da imprensa contra ele.

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“Eu acredito em Deus. Todo mundo é corrompível”, respondeu, ao ser questionado se acreditava no trabalho da Polícia Federal.

Mesmo sem o apoio de Jair Bolsonaro (PL), que se aliou a Nunes, Marçal compareceu aos dois dias da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC Brasil), em Balneário Camboriú (SC), no final de semana — ele não foi convidado pela organização da conferência e disse ter pago o ingresso como os demais espectadores.

O influenciador afirmou que continua amigo do ex-presidente e que estava no evento porque era conservador. Normalmente, ele diz que não é nem de esquerda nem de direita, mas sim “governalista”, termo cunhado por ele próprio que significa que a pessoa deve cuidar dela primeiro antes dos outros.

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Ele voltou a criticar o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por retirar a candidatura do deputado federal Ricardo Salles (PL) para apoiar Ricardo Nunes. O acordo, contudo, também foi aceito por Bolsonaro, que indicou o coronel da reserva Mello de Araújo como vice na chapa.

“O eleitor do Bolsonaro é um eleitor que pensa. Os bolsonaristas estão me mandando mensagem elogiando minhas entrevistas”, disse Marçal, demonstrando esperança que conseguirá votos nesta fatia do eleitorado.

Marçal volta a responsabilizar Tabata por suicídio do pai

O pré-candidato do PRTB voltou a criticar a deputada Tabata Amaral (PSB). Embora tenha voltado atrás na declaração de que ela não poderia ser prefeita porque não tem filhos e não é casada, ele afirmou que a parlamentar lhe imputou um crime falso ao chamá-lo de “estelionatário”.

Marçal foi condenado 2010 pela participação em uma quadrilha que roubava dinheiro de bancos por meio de golpes na internet. Ele nunca cumpriu pena porque o crime prescreveu. “Essa quadrilha eu nem sei quem é. Eu consertava computador pra um cara e um dia tomei um processo de 13 anos”, declarou, classificando a condenação como “injusta”.

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O empresário, porém, reafirmou que considera Tabata responsável pelo suicídio do pai. Na última quinta-feira, 4, Marçal insinuou que a morte foi em decorrência da parlamentar ter ido estudar em Harvard. Porém, a deputada ainda estava no Brasil naquele momento.

“Se ela estava aqui ainda e ele morreu, é pior ainda para ela. O meu pai sofreu disso por 30 anos e a gente não largou ele. Toda família é responsável pelos seus”, disse Marçal na sabatina. O pai de Tabata, segundo ela própria, era bipolar, mas nunca foi diagnosticado, e se tornou alcoólatra e usuário de crack ao longo da vida.

“É uma falta de caráter absurda, é perverso, é nojento mesmo”, disse Tabata em vídeo publicado nas redes sociais, como resposta na semana passada. Ela afirma ter chegado a desistir de ir estudar em nos EUA, mas foi incentivada pela família e professores. “Com 18 anos, eu estava num país estranho e estudava o dia inteiro e trabalhava à noite com um babá pra mandar dinheiro pra minha mãe. Pablo Marçal, com essa mesma idade, fazia parte de uma quadrilha de roubo de banco”, declarou.

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