Pacientes com hipertensão cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS), em sete cidades, receberão em casa remédios para tratar a doença. O Ministério da Saúde e os Correios firmaram convênio para garantir, a partir da próxima semana, a remessa gratuita de medicamentos aos doentes. Eles serão suficientes para três meses de tratamento. De início, a distribuição via Correios ocorrerá nos municípios paulistas de Brotas e Jales, nos catarinenses Itapema e Rodeio, além de Palmas (TO), Arapiraca (AL) e Barra do Ribeiro (RS). Juntos, esses municípios têm cerca de 27 mil hipertensos que dependem do governo para ter acesso a remédios, segundo estimativa do Ministério da Saúde. Atualmente, os pacientes precisam ir todo mês até um posto de saúde para retirar o remédio. "É uma tarefa complicada para a maioria dos pacientes idosos", justifica o ministro da Saúde, Barjas Negri. Se a experiência piloto nos sete municípios der certo, o governo poderá estender a entrega em domicílio a outras cidades. Também poderá adotar esse tipo de distribuição para os diabéticos. O Plano de Atenção à Hipertensão Arterial vem sendo reestruturado há dois anos. Até o fim do ano, a meta é garantir remédios gratuitos a 9 milhões de hipertensos pobres que não conseguem controlar a doença apenas com dieta alimentar e exercícios físicos. O SUS já cadastrou 6 milhões de pessoas. Hipertensos que não dispõem de recursos para comprar o remédio na farmácia devem, inicialmente, procurar um posto de saúde para se cadastrar e passar por exames médicos. Nas cidades em que houver entrega em casa, o paciente necessitará retornar ao médico antes de completar o terceiro mês de tratamento para verificar se a dosagem está correta e assim assegurar uma nova remessa. Esse procedimento deverá ser repetido a cada três meses. A rede pública oferece aos pacientes três tipos de medicamentos contra hipertensão leve, moderada e grave: o captopril 25mg, hidroclorotiazida 25 mg e propanalol 40 mg. Os produtos são fabricados por laboratórios oficiais. "À medida que o paciente melhora, se reduz a medicação", diz o ministro. O Ministério da Saúde reservou R$ 100 milhões do orçamento deste ano para gastos com remédios destinados a normalizar a pressão arterial. Perto de 300 mil brasileiros morrem de doenças cardíacas.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.