SÃO PAULO e BRASÍLIA - Na volta do Congresso após o recesso, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tentou minimizar as divergências entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula do Legislativo. Padilha disse que espera repetir este ano uma “dupla de sucesso” com a Câmara e o Senado. E assegurou que a gestão de Lula “não rompeu e nunca romperá” com as duas Casas.
Como revelou o Estadão, Lula está preocupado com as votações e o clima de acirramento dos ânimos no Congresso. Ele não pretende, no entanto, ceder a pressões para demitir Padilha. Lula está disposto a enfrentar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL-AL), que ameaça segurar iniciativas de interesse do Palácio do Planalto enquanto o governo não mudar o seu articulador político.
“O Congresso Nacional foi muito importante no ano passado para salvarmos a democracia. Toda a postura do Congresso Nacional, do presidente das duas Casas”, declarou Padilha nesta segunda-feira, 5. O ministro também destacou a atuação do Congresso na aprovação do arcabouço fiscal, da recriação de políticas sociais e no processo de “reposicionar o Brasil no mundo”.
“A mensagem do presidente ao Congresso Nacional reforça essa busca ao diálogo e ao compartilhamento de agenda” , continuou, dizendo que o governo do presidente Lula tem uma ótima relação com as lideranças. “O governo em nenhum momento rompeu, e nem nunca romperá a relação com o Congresso Nacional”, disse. “Este governo, sob a liderança do governo Lula não gera conflito, não entra em conflito”, continuou.
Padilha também ressaltou um dos focos deste ano é a atenção do governo a medidas que possam significar qualquer “desequilíbrio do orçamento público”. “O Congresso, tenho certeza absoluta, fará uma dupla com o governo federal para garantir a saúde das contas públicas, para dar continuidade ao processo de reforma tributária no País, para ampliarmos o crédito para as famílias, das micro e pequenas empresas”, disse.
Alexandre Padilha afirmou ainda que deve se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com os líderes da Câmara e do Senado, nesta terça-feira, 6, para “traçar um panorama da situação econômica do País”. Segundo ele, após o carnaval - e uma viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à África -, o chefe do Executivo deve se reunir com representantes do Legislativo para falar sobre a agenda deste ano.
“O governo conversa todo dia com o presidente da Câmara, o presidente do Senado, os líderes”, ressaltou, durante entrevista coletiva, nesta tarde. Padilha também destacou que o diálogo constante com os representantes do Legislativo também se estende aos ministros. “Quanto mais ministros conversando, melhor”, completou.
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