Padre Kelmon tumultua debate e é chamado de ‘Kelson’, ‘Kelvin’, ‘cabo eleitoral’ e ‘laranja’

Candidato interrompeu falas, trouxe críticas à esquerda e evocou pautas de costume caras ao bolsonarismo

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Por Jessica Brasil Skroch
Atualização:

Linha auxiliar do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, Padre Kelmon (PTB) tumultuou nesta quinta-feira, 30, no último debate antes do primeiro turno. O postulante ao Palácio do Planalto bateu boca com o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi repreendido pelo jornalista William Bonner, da TV Globo.

“Peço desculpas ao público”, disse o apresentador após o candidato interromper Lula reiteradas vezes. Bonner advertiu que Kelmon desrespeitou acordo referendado pelas assessorias das campanhas e criou suas próprias regras para o debate.

Padre Kelmon interrompeu resposta de Lula e irritou Bonner durante o debate  Foto: Reprodução/TV Globo

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Cabeça da chapa petebista após a Justiça negar a candidatura de Roberto Jefferson – aliado de Bolsonaro que foi proibido de concorrer e está preso –, Kelmon discutiu corrupção com Lula.

“O seu próprio vice disse que você quer voltar à cena do crime, para continuar roubando o povo brasileiro. Explique para o povo porque tanta gente próxima a você foi presa e te denunciou, você era o chefe do esquema?”. Em resposta, Lula disse que o candidato estava desinformado, ou só lia o que queria. Durante sua tentativa de resposta, o Padre interrompeu o petista diversas vezes e foi advertido por Bonner, que lembrou que o candidato concordou com as regras do debate e deveria respeitá-las.

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Em sua resposta, Lula reforçou que foi absolvido, citando as instâncias nacionais e internacionais que o absolveram. Padre Kelmon continuou com os ataques. “O senhor é um ‘descondenado’, nem deveria estar aqui como presidente da República, mas o senhor é cínico e mente o tempo todo. É fundador do Foro de São Paulo junto com Fidel Castro”, disse Kelmon a Lula. Na altercação, o petista o chamou de “candidato laranja” e disse que ele vestia uma fantasia, em alusão à batina.

Com o crescimento da discussão entre os candidatos, a tréplica do petista precisou ser interrompida pelo jornalista mediador do debate. “Nós vamos cortar os microfones se continuarem. Peço desculpas ao público pelas cenas que estão se desenrolando aqui, enquanto tentamos acalmar os candidatos”, disse Bonner.

Após defender Bolsonaro, Soraya Thronicke (União Brasil), que chegou a chamar o petebista de “Padre Kelson” , “Padre Kelvin” e “padre de festa junina”, afirmou que o candidato é um “cabo eleitoral” do presidente. O Padre rebateu: “E você é cabo de Lula”. Com a candidata, tentou discutir economia: “Ela está querendo cobrar mais impostos. Você não aguenta mais ser cobrado”, disse ao se referir à proposta do imposto único.

Kelmon levou ao debate críticas à esquerda e evocou pautas de costume, caras ao bolsonarismo. “As universidades públicas viraram fábricas de militantes à serviço do PT”, afirmou ao debater educação com Ciro Gomes (PDT). Segundo o padre, essas ideologias supostamente ensinadas nas universidades estão matando pessoas na América Latina.

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O candidato ainda disse que em suas propostas para a Educação não estão incluídas disciplinas de educação sexual. ”Não é sexualizando as crianças que se vai construir um futuro”, afirmou.

Kelmon também criticou medidas de combate ao racismo. “Essa política que cria mais divisão, não podemos aceitar esse tipo de coisa”, afirmou Kelmon, ao dizer que “somos todos cristãos”e que os outros candidatos “manipulam” o eleitorado “por conta da cor da pele”.

Na mesma linha, o padre, ao ser questionado sobre a Lei Rouanet, disse que se tratava de um direito público para promover “desrespeito ao próprio corpo humano”, se referindo a peças de teatro em que os atores tirariam suas roupas. Bolsonaro concordou.

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