Para advogado de Lula, grampos são 'arbitrariedade' que podem levar 'convulsão social'
Segundo Cristiano Zanin, juiz Sérgio Moro não tem mais competência sobre o processo que investiga o ex-presidente e, portanto, não tinha razão jurídica para divulgar os grampos
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira, 16, que a decisão do juiz Sérgio Moro de levantar o sigilo dos grampos entre o petista e a presidente Dilma Rousseff é uma “arbitrariedade' que pode levar o País a uma “convulsão social”.
“Há uma arbitrariedade muito grande, irregularidades no processo. O grampo envolvendo a presidente da República é um fato muito grave. Entendemos que este ato está estimulando uma convulsão social. Isso não é papel do poder Judiciário”, disse o advogado.
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Segundo ele, Moro não tem mais competência sobre o processo que investiga Lula e, portanto, não tinha razão jurídica para divulgar os grampos.
“É um momento inoportuno. Um momento em que já houve a perda da competência. Não havia nenhuma decisão e nenhuma necessidade de fazer a divulgação deste áudio neste momento. A finalidade extrapola o âmbito do processo. Este grampo envolvendo uma presidente da República ser divulgado hoje quando já não existe competência da Vara de Curitiba revela uma finalidade que não é a processual”, afirmou.
Atos pelo País após a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil
1 / 20Atos pelo País após a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil
São Paulo (SP)
Parte da avenida Paulista em que fica o Masp foitomada por manifestantes contrários a entrada de Lula no Ministério da Casa Civil Foto: JF Diório/Estadão
Brasília (DF)
Milhares de manifestantes fizeramato pedindo a saída de Dilma Rousseff em frente ao Palácio do Planalto Foto: Dida Sampaio/Estadão
Brasília (DF)
Em ato contra Dilma e Lula, manifestantes erguem bandeira do Brasil Foto: Dida Sampaio/Estadão
Rio de Janeiro (RJ)
No Rio de Janeiro, manifestante bate panela na sacada de seu apartamento Foto: Ricardo Moraes/Reuters
São Bernardo do Campo (SP)
Manifestantes se aglomeram em frente ao prédio de Lula para protestar contra a sua ida para o governo Foto: José Patrício/Estadão
Brasília (DF)
Pessoas vestem a bandeira do Brasil em frente ao Congresso Nacional Foto: Evaristo Sá/AFP
São Pauio (SP)
Manifestantes estão se reunindono centro da capital paulista Foto: Rafael Arbex/Estadão
Brasília (DF)
Entorno daEsplanada dos Ministérios é tomada por manifestantes contrários ao atual governo Foto: Dida Sampaio/Estadão
São Bernardo do Campo (SP)
Houve confusão em frente ao prédio em que mora Lula. Manifestantes pró-governo entraram conflito com manifestantes contrário a ida do ex-presidente ao... Foto: José Patrício/EstadãoMais
São Paulo (SP)
Com faixa de luto, o prédio daFederação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo, também pede a renúncia da presidente Dilma Rousse... Foto: DivulgaçãoMais
Brasília (DF)
Número de protestantes aumenta com a chegada da noite na capital do País Foto: Dida Sampaio/Estadão
São Paulo (SP)
Bonecos de Dilma e Lula foram jogados em cima da bandeira do Brasil Foto: Ricardo Nogueira/EFE
Brasília (DF)
Manifestante são dispersados com bombas de gás lacrimogêneo Foto: Andre Dusek/Estadão
Brasília (DF)
Manifestantes se reunem em frente ao Palácio do Planalto, a sede do governo federal, para protestar contra a nomeação de Lula como ministro-chefe da C... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
São Paulo (SP)
Manifestantes levaram faixas pedindo o impeachment de Dilma Foto: JF Diório/Estadão
São Bernardo do Campo (SP)
Vizinhos de Lula fazem panelaço em frente ao prédio em que mora o ex-presidente, na cidade de São Bernardo do Campo Foto: José Patrício/Estadão
Brasília (DF)
Conhecido popularmente como Pixuleco, boneco com a imagem de Lula comoprisioneiro é queimado durante protesto Foto: Adriano Machado/Reuters
Brasília (DF)
Os protestos em Brasília começaram ainda de dia, logo após a nomeação de Lula na Casa Civil ter sido oficializada Foto: Dida Sampaio/Estadão
São Paulo (SP)
Manifestantes começaram a se reunir no centro de São Paulo ainda durante o dia Foto: Gabriela Caesar/Estadão
Brasília (DF)
Houve confusãona frente do Palácio do Planalto. Para afastar possibilidades de agressões, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e sprays de piment... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
O advogado negou que o diálogo revele uma tentativa de obstruir a Justiça usando a nomeação de Lula para o Ministério da Casa Civil como desculpa para o ex-presidente escapar da jurisdição de Moro.
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“De forma alguma não houve nenhuma tentativa de obstrução até porque hoje a competência de julgar qualquer hipotética ação, lembrando que o presidente lula não é réu em nenhuma ação. Então não se pode falar em obstrução de Justiça se o presidente não é réu. O presidente está abrindo mão nesta circunstância de o fato ser analisado por instâncias inferiores. Isso não é privilégio. Na verdade é uma situação inerente ao cargo assumido hoje”, afirmou.
Depois de voltar de Brasília, onde Dilma confirmou sua nomeação para a Casa Civil, Lula passou o dia no Instituto Lula reunido com diretores da instituição.
Durante toda a tarde e início da noite motoristas e pedestres que passavam pelo local gritaram palavrões e ofensas contra o ex-presidente. Um deles jogou um ovo que acabou atingindo jornalistas de plantão na porta do instituto. Depois da divulgação do grampo um grupo de aproximadamente 15 manifestantes chegou ao local para protestar contra o ex-presidente e pedir a renúncia de Dilma. Lula deixou o local pouco depois das 20h sob gritos de “safado”, “bandido” e “vagabundo”.