Partido de Bolsonaro, PL repudia atentado em Brasília e diz defender a democracia

Autor dos ataques era filiado ao partido e se candidatou a vereador em município de Santa Catarina em 2020

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Foto do author Henrique Sampaio

O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, expressou repúdio aos ataques a bomba realizados por um de seus filiados na noite de quarta-feira, 13, nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF).

Tanto o diretório nacional do PL quanto a diretório regional de Santa Catarina emitiram manifestações contra o ataque. “Reiteramos que o PL repudia veementemente qualquer tipo de violência e reafirma seu compromisso com os valores democráticos. Reforçamos ainda que ataques a instituições públicas vão contra os princípios defendidos pelo partido”, diz a nota do partido divulgada nesta quinta-feira, 14.

Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, se candidatou a vereador pelo PL em 2020 Foto: Reprodução

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O partido afirma no comunicado ter confiança no trabalho da Justiça e deseja que as “investigações sejam conduzidas com rigor e agilidade, para que os fatos sejam esclarecidos com a máxima transparência”.

O diretório regional do PL, em Santa Catarina, reafirmou em outro comunicado sua posição contrária a atos de violência que coloquem a vida de pessoas em risco ou ameacem as instituições democráticas. “Defendemos firmemente o equilíbrio entre os Poderes da República. Nossas bandeiras sempre serão pautadas na defesa da democracia”, diz trecho da nota divulgada.

A única vítima do atentado a bombas foi o próprio autor dele, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, conhecido como Tiü França. Ele foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, a cerca de 200 quilômetros de distância da capital do estado, Florianópolis, onde obteve 98 votos.

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Em seu perfil no Facebook, Francisco reproduzia teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon, populares na extrema direita americana. Ele chegou a visitar o plenário da Suprema Corte e ainda postou uma foto no local no dia 24 de agosto. Francisco reproduziu em seu perfil no Facebook mensagens que mandou para ele mesmo no WhatsApp, antecipando o atentado a bomba. Após 22h, o Facebook tirou do ar o perfil de Francisco.

Em sua conta no Facebook, ele seguia várias páginas de direita, como Movimento Avança Brasil - RS, Espaço Enéas Carneiro, Terça livre - Cursos, Brasil Paralelo, Jornal da Cidade Online, Jair Messias Bolsonaro e Olavo de Carvalho. Em sua conta no X (antigo Twitter), há o mesmo padrão.

Pacificação

O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou na manhã desta quinta-feira, 14, uma nota de repúdio ao atentado em Brasília. O texto publicado pelo perfil no X do ex-presidente lamenta o ocorrido, tratando-o como “fato isolado” e motivado por “perturbações na saúde mental” do autor do ataque. A nota de Bolsonaro ressalta o “papel fundamental” das instituições políticas e pede por uma “pacificação nacional”.

“Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente”, diz a nota publicada pelo perfil do ex-presidente. “As instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união.”

Ao portal Metrópoles, o ex-presidente chamou o homem que morreu após explosões na Praça dos Três Poderes de “maluco” e afirmou não ter “a menor ideia” sobre quem era Francisco.

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