Os sucessivos escândalos no governo - resultando, por vezes, no afastamento de apadrinhados de partidos aliados ao Palácio do Planalto - não devem ameaçar a maioria governista no Congresso, na avaliação do cientista político Fábio Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Reis considera que a prioridade dos partidos fisiológicos que compõem a base da presidente Dilma Rousseff é manter-se no governo, para usufruir o máximo possível de benesses como cargos e liberação de emendas parlamentares. "Esses partidos, em última análise, não vão colocar fogo no circo", argumenta.O cenário mais provável para os próximos anos do governo Dilma, na análise do cientista político, é um arranjo "precário e instável" entre Executivo e Legislativo. "Essa é a aposta mais provável, tendo em vista o ânimo briguento da presidente.""Em grande medida, a manutenção desses partidos na base cabe à própria presidente", opina Reis. "Dada sua natureza fisiológica, sobretudo o PMDB, eles não têm nada a ganhar afastando-se do governo. A não ser, é claro, que isso lhes seja imposto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.