Paulo Guedes vai presidir conselho criado por Tarcísio em São Paulo

Governador disse que ex-ministro de Bolsonaro é ‘genial’ e que vai compor grupo de economistas no Estado

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Foto do author Giordanna Neves

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta segunda-feira, 30, que o ex-ministro da Economia Paulo Guedes vai presidir um conselho que será criado durante a sua gestão.

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“A gente vai montar um conselho junto ao governo do Estado e a gente vai ter lá três economistas de ponta, alguns especialistas em algumas áreas que são importantes. E Paulo Guedes não vai só fazer parte desse conselho, como vai presidir esse conselho”, disse Tarcísio durante entrevista à Rádio Jovem Pan, sem detalhar qual será a função do grupo.

“Eu não vou abrir mão de uma pessoa tão talentosa e tão genial quanto Paulo Guedes, que enfrentou essa crise horrorosa que nós passamos e conseguiu fazer o Brasil transpor, sair do outro lado”, emendou.

Antes de oficializar Samuel Kinoshita na secretaria de Fazenda, o nome de Guedes foi cogitado para ocupar o cargo. Tarcísio chegou a dizer que “seria um luxo” contar com a participação do ex-ministro em seu secretariado. Ao menos cinco secretários escolhidos pelo governador têm proximidade ou atuaram no ministério da Economia sob o comando de Guedes.

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Tarcísio Freitas e Paulo Guedes foram ministros na gestão de Jair Bolsonaro Foto: Dida Sampaio/Estadão

O governador também voltou a afirma que o modelo de privatização Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), assim como o da Eletrobras, deverá acontecer pela redução da participação nas ações da empresa, mas mantendo o poder de veto em das assembleias de acionistas, o chamado “golden share”.

”A gente pode até manter uma participação na empresa, estratégica, golden share. Ou seja, a gente vai ter um papel relevante na tomada de decisão estratégica, mas você abre mão do controle. E esse controle tem muito valor”, disse.

Questionado sobre a reforma tributária discutida em âmbito federal, Tarcísio defendeu a unificação dos impostos federais sobre consumo (como PIS e Cofins) em uma primeira fase. Em um segundo momento, segundo ele, é preciso promover a tributação no destino nos Estados para pôr fim à guerra fiscal.

“Tributação no destino é uma coisa que São Paulo perde em um primeiro momento, mas ganha no longo prazo porque a partir do momento que eu acabo com a guerra fiscal, pela capacidade da mão de obra, pelo estoque de infraestrutura, a gente naturalmente vai trazer mais negócios para São Paulo”, defendeu.

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Diante da dificuldade em aprovar o texto no Congresso Nacional, Tarcísio prometeu rever o ICMS cobrado dos insumos comprados no mercado interno, reduzir alíquotas de ICMS na aquisição de bens de capitais e alongar prazo de recolhimento do imposto para beneficiar pequenos empreendedores.

Sobre os três encontros que já teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste ano, o governador minimizou críticas de que estaria alinhado com o petista. “Conversar não significa ter alinhamento político”, afirmou. ”Fui eleito pelo meu público, que é um público bolsonarista, é um público de centro-direita, mas tem que governar para todos e olhar o interesse do Estado em primeiro lugar. É natural que eu converse com o presidente da República e vamos manter a conversa em um nível republicano. Em encontro bilateral, Tarcísio defendeu a privatização do Porto de Santos no Estado.

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