Daniela Carneiro permanece no Turismo e ganha nova sobrevida no governo Lula

Expectativa era que ministra deixasse o cargo nesta quinta-feira, 6; ministro da Comunicação Social disse que ela não entregou carta de demissão ao presidente e que ficará na função até semana que vem

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Foto do author Sofia  Aguiar
Atualização:

BRASÍLIA – O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, permanece no cargo até a próxima semana. Havia a expectativa que ela entregasse a carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira, 6, o que não ocorreu, segundo o ministro. A novela da saída de Daniela da pasta se alonga por um mês, com negociações entre o governo Lula e o Centrão.

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Pimenta disse que o governo dará atenção especial para a conclusão das votações importantes nesta semana no Congresso e qualquer mudança ministerial ficará para a próxima. “A ministra permanece à disposição do governo desempenhando a sua função”, afirmou. “Não haverá nenhuma mudança no decorrer desta semana. Vamos dedicar toda nossa energia para acompanhar e ter êxito nas questões que estão sendo tratadas no Congresso”, disse, em referência à reforma tributária, ao chamado “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e do arcabouço fiscal.

Em junho, diante da pressão do União Brasil para a mudança na pasta, Lula se reuniu com a ministra e também a manteve no cargo.

Daniela Carneiro pediu demissão do Ministério do Turismo Foto: Wilton Junior

De acordo com o ministro, Daniela permanecerá à frente do Ministério “até quando o presidente entender”. “Não houve nenhuma mudança de orientação no sentido de que ela continue respondendo por todas as suas responsabilidades”, acrescentou.

De acordo com a Coluna do Estadão, o motivo para a nova sobrevida da ministra é o fato de que o governo ainda não fechou a negociação com o União Brasil para consolidar a troca na pasta. A legenda quer mais do que um Ministério, quer o controle da Embratur, cargos no segundo escalão e, principalmente, emendas.

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A declaração do ministro ocorreu após Daniela ter se reunido na tarde desta quinta com o presidente Lula e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no Palácio do Planalto. Pimenta afirmou que o governo vai retomar diálogo com lideranças partidárias do Congresso sobre possíveis novas mudanças ministeriais. O tema político, conforme pontuou, será tratado na semana que vem, quando o Planalto terá mais tempo para conversas.

Compromisso

Na noite desta quarta-feira, 5, havia sido firmado compromisso da saída da ministra do cargo entre marido dela e prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro (Republicanos), o Waguinho, e o ministro Padilha.

A articulação política do Planalto queria fazer a troca para melhorar a votação de projetos na Câmara, mas houve uma lenta negociação com o marido de Daniela. Na quarta, Padilha atendeu a pedidos de verbas e obras feitos por Waguinho.

A troca no Ministério do Turismo virou uma meta da articulação do governo depois de derrotas e riscos para o Planalto em votações na Câmara. Com uma bancada de 59 deputados, o União Brasil foi cobrado a entregar mais votos para pautas de interesse do Executivo, porque já tinha sido contemplado com três ministérios na formação do governo: Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional. Mas a bancada do União na Câmara respondeu aos articuladores do presidente que não tinha sido responsável pela indicação de nenhum desses ministros.

Escolha pessoal de Lula

Daniela é tratada como uma escolha pessoal de Lula, enquanto Desenvolvimento Regional é considerado uma indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP). Só a pasta de Comunicações é vista como uma premiação aos deputados do União.

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Lula, Waguinho e Daniela Carneiro em comício em Belford Roxo em 2022 Foto: PEDRO KIRILOS

Como Daniela recorreu à Justiça Eleitoral para deixar o União Brasil, o partido pressiona o Planalto para trocá-la pelo deputado Celso Sabino (União-PA). Padilha chegou a prometer que Lula faria essa mudança até o dia 21 de julho, mas a ministra conseguiu adiar o desembarque e negociar recompensas para uma espécie de “saída honrosa”.

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