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Perito do TSE postou foto ao lado de pilha de processos sigilosos no gabinete de Moraes no STF

Eduardo Tagliaferro, que tinha cargo comissionado no TSE, afirmou em publicação no Instagram que trabalhou no gabinete de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal; Procurado, o gabinete do ministro não se manifestou

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Foto do author Weslley Galzo

BRASÍLIA - O perito em crimes cibernéticos Eduardo Tagliaferro, que trabalhou como chefe da Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), publicou foto no Instagram ao lado de pilhas de processos sigilosos armazenados no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Perito do TSE postou foto ao lado de processos sigilosos no gabinete de Alexandre de Moraes no STF. Foto: @edutagliaferro via Instagram

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Na publicação realizada no dia 17 de julho de 2023, Tagliaferro posa em frente a uma estante repleta de arquivos de processos em tramitação no STF. Uma das ações expostas na postagem é a PET 10373, sob relatoria de Moraes, que figura como sigilosa no sistema processual da Suprema Corte. Procurado, o gabinete do ministro não se manifestou.

A foto era acompanha da seguinte legenda: “Dias de trabalho no gabinete, Supremo Tribunal Federal. Saudades de Brasília”. A postagem foi realizada dois meses após o TSE exonerá-lo por ter sido preso sob suspeita de violência doméstica contra a sua esposa.

Eduardo Tagliaferro está no centro da denúncia publicada pelo jornal Folha de S.Paulo revelando mensagens de auxiliares de Alexandre de Moraes no TSE. Nas mensagens, há referências a pressão do ministro para que seus subordinados produzissem relatórios para alvos de apuração no Supremo.

Tagliaferro foi nomeado para chefiar a área de combate às fake news do TSE em agosto de 2022. O perito tinha o cargo comissionado de assessor nível três e não possuía outros vínculos com a Justiça Eleitoral ou a administração pública que justificassem o seu acesso a dados sigilosos sob posse de Moraes no STF.

Os gabinetes dos ministros são compostos por chefe de gabinete, assistentes jurídicos, assessores, juízes auxiliares e funcionários com cargos comissionados. Em todos os casos, os trabalhadores subordinados aos magistrados devem ser devidamente nomeados pelo STF.

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