RIO - O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) voltou a negar nesta terça-feira, 10, ter recebido dinheiro de caixa 2 na campanha de 2010, como denunciou em delação premiada o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa. Pezão era candidato a vice de seu antecessor, Sérgio Cabral (PMDB), reeleito no primeiro turno. Costa disse ter arrecadado, com empresas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), R$ 30 milhões para o caixa 2 da campanha de Cabral e Pezão. O governador pediu rapidez nas investigações e reclamou por não ter sido ouvido oficialmente até agora. Pezão disse que nem mesmo foi comunicado sobre o pedido de investigação.
“Só quero que a Justiça seja rápida. Só ouviram o lado de quem fez a delação(...) Delação premiada é um processo novo. Não se pode jogar o nome das pessoas ao ar, nos jornais, sem dar direito de defesa. Até hoje não recebi nenhuma comunicação oficial”, disse Pezão em entrevista ao programa “Show do Antonio Carlos”, da Rádio Globo. “R$ 30 milhões não voam por aí. É passar atestado de burrice. As pessoas têm discernimento (...) Discuto em qualquer foro, em qualquer lugar. Nunca sentei com o doutor Paulo Roberto para pedir recursos de campanha, essa conversa nunca aconteceu”, repetiu.
Indiretamente, Pezão citou a relação de Paulo Roberto Costa com o senador petista Lindbergh Farias, candidato a governador derrotado em 2014. “Essas ilações são muito tristes. Não sei de onde vêm. É um movimento muito estranho. Ele (Paulo Roberto Costa), que fez parte da coordenação de outra campanha, que era captador de recursos, fazer uma ilação dessas depois de quatro anos de uma campanha eleitoral...”, disse Pezão, sem citar Lindbergh.
O senador é um dos políticos investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobrás e nega ter se beneficiado dos desvios de recursos. Lindbergh disse que, em 2010, foi indicado por Costa à empreiteira Camargo Corrêa, que doou R$ 2 milhões para a campanha ao Senado. O petista também informou que Costa atuou na campanha do ano passado. Segundo Lindbergh, o ex-diretor da Petrobrás participou de reuniões sobre programa de governo, mas não foi encarregado de captar recursos.
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