PF investiga explosões e inquérito vai para Moraes; Planalto suspeita de atentado político

Lula se reuniu no Palácio da Alvorada com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e também com os ministros do STF Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin

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Foto do author Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA – A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as explosões que ocorreram na noite desta quarta-feira, 13, na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), e nas proximidades da Câmara dos Deputados. Há suspeitas de que o atentado tenha motivação política e, por isso, a PF enviará o inquérito ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Uma pessoa morreu.

O Esquadrão Antibombas fez a varredura da Praça dos Três Poderes com a ajuda do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. Agentes do GSI também reforçaram a segurança do Palácio do Planalto.

Bombas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes. Foto: Wilton Junior/Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia saído do Planalto na hora das explosões. Na noite desta quarta-feira, 13, Lula se reuniu, no Palácio da Alvorada, com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e com os ministros do STF Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e com o próprio Moraes.

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O governo também está preocupado com o fato de o ataque ter ocorrido às vésperas do G-20, grupo que vai reunir líderes das maiores economias do mundo nos próximos dias 18 e 19, no Rio de Janeiro. A partir desta quinta-feira, 14, o Ministério da Defesa empregará 9 mil militares em uma nova operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio, desta vez para garantir a segurança das autoridades estrangeiras.

Em nota, a PF informou que policiais do Comando de Operações Táticas (COT), do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional no Distrito Federal, peritos e o Grupo Antibombas da corporação foram acionados e “estão conduzindo as ações iniciais de segurança e análise do local”.

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Ministros e funcionários do Supremo foram retirados do prédio logo após os estrondos. A Câmara e o Senado também encerraram as sessões.

No momento das explosões, o plenário da Câmara tentava votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a isenção tributária das igrejas. O governo Lula tenta conquistar os evangélicos e fez um acordo para que a PEC fosse aprovada. O acerto prevê que, como contrapartida, a bancada evangélica aprove o texto que regulamenta a reforma tributária.

A bancada do PT, porém, estava resistindo a dar sinal verde para a PEC das Igrejas e discutia a conveniência de liberar o voto, após ser informada por técnicos de que o impacto da medida giraria em torno de R$ 4 bilhões. Deputados petistas diziam que a PEC era incoerente com o corte de gastos proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e avaliavam o que fazer para não escancarar a divergência com a orientação do governo quando houve as explosões.

Quem conduzia a sessão era o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica. A deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) discursava contra a PEC das Igrejas e, após os ataques a bomba, pediu que Sóstenes suspendesse a sessão. De início, o deputado resistiu, sob o argumento de que já estava consultando a segurança.

“As igrejas beneficiadas com a isenção de impostos vão nos dar conforto se a gente morrer aqui dentro”, ironizou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), fazendo coro com Sâmia. Às 21h05, Sóstenes encerrou a sessão.

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