O delegado da Polícia Federal Arivaldo Menezes Marques confirmou hoje que o rombo nos cofres da Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas pode superar a cifra de R$ 2,5 milhões. Marques chegou a essa conclusão depois de examinar 53 ofícios encaminhados pela agência do Banco do Brasil responsável pelas contas do governo à Superintendência da PF, que investiga o desvio dos recursos referentes a convênios federais. O contador Eduardo Martins Menezes, que foi demitido da Secretaria Estadual da Saúde após ter sido apontado como o principal suspeito do desvio dos recursos, deveria depor hoje pela manhã na sede da PF, mas não compareceu. O delegado Arivaldo Menezes, que preside o inquérito sobre o caso, marcou um novo depoimento para segunda-feira. "Meu depoimento vai incomodar muita gente", afirmou Eduardo Martins, que nega ter participado do golpe e afirma estar sendo usado como "bode expiatório". O contador disse que já recebeu dois telefonemas com ameaça de morte. "Cuidado com o que você vai dizer à polícia", revelou ele sobre uma das ameaças que recebeu por telefone. Segundo Arivaldo Menezes, há supeitas de que o contador tenha recebido apoio de funcionários do Banco do Brasil para desviar os recursos da Secretaria para empresas fantasmas, que nunca prestaram serviço ao governo de Alagoas. Entre as empresas beneficiadas há uma cujo endereço coincide com um posto de combustíveis em Aracaju pertencente aos filhos do contador. O delegado da PF disse que as investigações estão no começo, por isso não indiciou ninguém nem pediu a prisão preventiva do principal suspeito. Na quarta-feira, o gerente da agência do Banco do Brasil que cuida da conta da Secretaria Estadual da Saúde, Emanuel Lino Dória, prestou depoimento na PF. Ele se limitou a dizer que não estava autorizado pela superintendência do banco a dar declarações à imprensa. Para o delegado Arivaldo Menezes, a intenção da polícia em ouvir o gerente é saber por qual motivo o banco não constatou a movimentação feita de forma irregular durante mais de um ano e quem eram as pessoas responsáveis pela liberação dos recursos via ofício. Para a liberação dos recursos, as assinaturas dos diretores da Secretaria eram falsificadas grosseiramente. Além do gerente do Banco do Brasil, a Polícia Federal já ouviu o depoimento de quatro funcionários da Secretaria de Saúde, entre eles o secretário Álvaro Machado, que denunciou o esquema fraudu lento. "Pelo menos outras 22 pessoas ligadas direta ou indiretamente ao caso ainda serão ouvidas, daí não podermos precisar quando as investigações serão concluídas", ressaltou Arivaldo.
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