O ex-subchefe de assuntos parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz, terá toda sua conduta como funcionário do Palácio do Planalto investigada pela Polícia Federal. O delegado responsável pelo inquérito, Antônio César Fernandes Nunes, informou hoje que as investigações não se limitarão ao período em que Diniz foi presidente da Loterj, entre fevereiro de 2001 e janeiro de 2003. ?Vai ser investigada a conduta dele em razão do cargo que ocupava?, disse. O delegado assegurou que não recebeu pressão de políticos ou do governo por estar investigando o antigo colaborador do ministro da Casa Civil, José Dirceu. Waldomiro está sendo investigado por crime eleitoral e corrupção. As suspeitas têm origem em uma fita de vídeo na qual o ex-subchefe negocia com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o pagamento de propina e contribuições para as campanhas das candidatas ao governo Benedita da Silva (PT) e Rosinha Matheus (PMDB, então no PSB). Além disso, duas testemunhas ligadas ao jogo do bicho denunciaram que Diniz, já como assessor de Dirceu, seria o defensor dos interesses da máfia do jogo no Congresso. ?Vamos investigar a notícia que dá conta de ter havido um possível crime eleitoral, que é do âmbito federal, e em extensão a isso uma possível prática de corrupção, quando ele já estava em cargo no governo federal?, disse o delegado, ao deixar o Ministério Público Federal, onde se reuniu com a procuradora Andréia Araújo. Waldomiro Diniz esteve hoje no Rio para uma reunião com o advogado criminalista Luiz Guilherme Vieira. O advogado esteve pelo segundo dia consecutivo na PF, mas não conseguiu conversar com Nunes. Ele disse que não recebeu informação da polícia sobre as investigações.
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