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PGR nega à defesa de Bolsonaro acesso à delação de Mauro Cid sobre as joias sauditas

Solicitação foi feita ao relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, no último dia 10. Paulo Gonet se manifestou contrário ao pedido por a investigação ainda estar em curso

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Foto do author Jean Araújo
Atualização:

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou, nesta quarta-feira, 24, contrária ao pedido feito pela defesa de Jair Bolsonaro (PL), que solicitava acesso à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e a outros documentos ligados à venda de joias sauditas. O caso foi revelado pelo Estadão em 2023.

No documento, o procurador Paulo Gonet explica que a colaboração de Cid vai além das joias e ela pode gerar outros desdobramentos. “Existem outras investigações em curso, ainda não finalizadas, que também se baseiam nas declarações prestadas pelo colaborador, o que reforça a inviabilidade do acesso pretendido neste momento processual”, pontuou em trecho da decisão.

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Ele também afirmou que Bolsonaro não possui direito de acessar as informações e que, segundo a legislação, a delação precisa continuar em sigilo até que seja formalizada uma denúncia ou queixa-crime. Ou seja, até que a investigação seja concluída.

“Todos os elementos relevantes para as investigações desenvolvidas nesta Petição já se encontram documentados e foram franqueados à defesa do investigado. Caso exista outra investigação relacionada ao interessado, o pedido de acesso, certamente, será deferido nos autos pertinentes, uma vez demonstrada a condição de investigado”, conclui Gonet.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: Wilton Junior/Estadão

O pedido da defesa foi enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator no Supremo, no dia 10 de julho.

“Frise-se que o acesso tal como pleiteado há que ser irrestrito, haja vista que o enunciado da súmula vinculante 14 somente excepciona o acesso aos elementos de prova que não tiverem sido documentados em procedimento investigatório, o que não se aplica ao presente caso, haja vista a midiática informação sobre o indiciamento e conclusão da apuração”, diz trecho do documento escrito pelos advogados.

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