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PL e União lideram disputas pelas prefeituras das maiores cidades; PT aparece em 3º

Os dois partidos despontam com os maiores números de candidatos que lideram as pesquisas, seja numericamente seja dentro da margem de erro; veja a lista

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Foto do author Gabriel Hirabahasi

BRASÍLIA – O PL e o União Brasil largam na frente nas disputas eleitorais nas maiores cidades do País, segundo levantamento feito pelo Estadão/Broadcast Político com base nas pesquisas de intenção de voto mais recentes registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas 103 maiores cidades brasileiras – aquelas que, por terem mais de 200 mil eleitores, têm a possibilidade de realizar segundo turno –, os dois partidos despontam com os maiores números de candidatos que lideram as pesquisas, seja numericamente seja dentro da margem de erro.

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O PL tem 21 candidatos à frente nas pesquisas de intenção de voto. O União Brasil, 20. O retrato eleitoral no início formal da campanha eleitoral municipal mostra a força do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e da legenda formada a partir da fusão do antigo Democratas com o PSL – partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018. O PL, por exemplo, lidera as disputas em Belo Horizonte (segundo pesquisa AtlasIntel realizada de 2 a 7 de agosto), em Fortaleza (segundo pesquisa AtlasIntel realizada no mesmo período) e em Maceió (de acordo com pesquisa Ibrape realizada de 27 a 29 de julho).

A sigla também tem outras candidaturas competitivas, como em Manaus, Belém e Guarulhos, onde seus candidatos estão na segunda posição, mas empatados dentro da margem de erro, que varia entre 3 e 3,5 pontos porcentuais, a depender da pesquisa.

Fachada do TSE: PL e União Brasil despontam com os maiores números de candidatos que lideram as pesquisas, seja numericamente seja dentro da margem de erro  Foto: Dida Sampaio/Estadão

O União Brasil, por sua vez, tem seu principal ativo em Salvador, onde tenta manter uma hegemonia que vem desde 2013, quando ACM Neto foi eleito para seu primeiro mandato. O atual prefeito, Bruno Reis, que foi vice de ACM Neto, tenta a reeleição e pode consegui-la no primeiro turno. Ele tem 67,6% das intenções de voto, contra 12,5% do segundo colocado, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), de acordo com levantamento do Paraná Pesquisas de 12 a 15 de julho.

Em outras cidades, como São Bernardo do Campo (SP), Teresina (PI) e Cuiabá (MT), os candidatos do União Brasil figuram na segunda posição, mas empatados na margem de erro com os primeiros colocados. O PT aparece em terceiro no levantamento feito pela reportagem.

Há 15 petistas com candidaturas competitivas, seja liderando as pesquisas de intenção de voto, seja numericamente ou dentro da margem de erro, o que mostra o potencial da legenda em recuperar parte do protagonismo perdido nas últimas duas eleições municipais. De volta à máquina pública federal, o PT espera usar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recursos do Orçamento federal e o bilionário fundo eleitoral para alavancar candidaturas nas principais cidades.

Diferentemente de todas as eleições desde a redemocratização, o PT não terá um candidato a prefeito em São Paulo, onde apoiará Guilherme Boulos (PSOL). Também não terá um representante no Rio de Janeiro, onde estará junto de Eduardo Paes (PSD). Em Salvador, quarta maior cidade do País, apoiará Geraldo Júnior (MDB). Diante desses apoios em alguns dos principais centros, que tradicionalmente recebem mais verba da cúpula partidária, o PT deve direcionar mais dinheiro a candidaturas competitivas em outras legendas dos principais centros, apurou o Estadão/Broadcast Político.

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A seguir, o número de candidatos com os quais cada partido tem liderado as pesquisas de intenção de votos ou tem empatado com os líderes dentro da margem de erro:

  • PL: 21
  • União Brasil: 20
  • PT: 15
  • PSD: 12
  • MDB: 11
  • Republicanos: 8
  • PSDB: 7
  • PP: 7
  • Podemos: 6
  • PSB: 3
  • SD: 2
  • PSOL: 2
  • PDT: 2
  • Cidadania: 2
  • Avante: 2
  • PV: 1
  • PRTB: 1
  • Novo: 1

O levantamento do Estadão/Broadcast Político foi realizado com pesquisas de intenção de voto registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de junho até agora. Pesquisas mais antigas foram desconsideradas por apresentarem um retrato da disputa eleitoral que pode estar ultrapassado – até por possíveis desistências de pré-candidatos. Foram computadas as pesquisas mais recentes e tornadas públicas pelas empresas contratadas ou contratantes.

Como alguns levantamentos são encomendados por partidos políticos ou empresas de marketing político, há resultados que não são divulgados – e, por isso, não foram contabilizados nesta reportagem.

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O retrato mostrado pelas pesquisas de intenção de voto constituem uma “fotografia” do momento, e não uma previsão do que ocorrerá em 6 de outubro, data marcada para o primeiro turno das eleições. Esse cenário, porém, indica qual o ponto de partida das legendas nas campanhas municipais.

O fato de o PL e o União Brasil terem mais candidatos competitivos não significa que, ao fim das eleições, terão mais prefeitos eleitos, mas que as legendas estão mais bem posicionadas no tabuleiro político e, portanto, apresentam mais chances de conseguirem se eleger nos principais centros do País.

Qual a importância dessas 103 cidades?

O conjunto das 103 maiores cidades do País reúne aquelas com mais de 200 mil eleitores. Nesses municípios, estão concentrados 60,5 milhões dos 155 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste ano. Os resultados eleitorais nessas prefeituras são importantes pela influência que os eleitos adquirem e porque indicam como o eleitorado tem se guiado nos principais centros urbanos do Brasil. Porém, não necessariamente, o resultado das eleições municipais tem impacto direto nas eleições para presidente, governador, deputados e senadores.

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Em 2016, por exemplo, o PSDB foi o maior vencedor do pleito marcado pelo processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Dois anos depois, a legenda perdeu relevância para o bolsonarismo. A eleição de 2016, no entanto, deu mostras do sentimento de antipetismo e de antissistema (como na vitória de João Doria, um dito outsider da política, em São Paulo) que permeariam a votação de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito.

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