BRASÍLIA – O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou nesta segunda, 10, que a Polícia Federal (PF) investigue discursos feitos durante ato pró-armas em Brasília neste domingo, 9. No evento, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, comparou “professores doutrinadores” a traficantes de drogas.
“Determinei à Polícia Federal que faça análise dos discursos proferidos neste domingo em ato armamentista, realizado em Brasília. Objetivo é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos”, disse Dino nas redes sociais.
Eduardo foi às redes sociais criticar a decisão do ministro. “Lamentável ver a Polícia Federal, instituição da qual orgulhosamente faço parte, ser utilizada politicamente para satisfazer desejos autocratas de comunistas, enquanto verdadeiros criminosos parecem não incomodar tanto”, escreveu o deputado.
O ato na capital federal, organizado pelo grupo “Pró Armas”, que defende a flexibilização do porte e da posse de armas para cidadãos comuns, foi realizado na Esplanada dos Ministérios, próximo à sede do Congresso Nacional.
“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nosso filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior”, disse Eduardo fazendo um discurso em cima de um carro de som durante ato.
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Um dos organizadores da manifestação foi o deputado Marcos Polon (PL-MS), coordenador do grupo. Os manifestantes usavam camisetas brancas com a inscrição “não é sobre armas, é sobre liberdade” estampada.
Lula revogou decreto sobre armas
Logo no primeiro dia de governo, ao tomar posse em 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revogou uma série de decretos assinados por Bolsonaro, inclusive o que facilitava o acesso de armas a pessoas que se classificam como caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). Esse grupo busca um entendimento com o governo para reverter mudanças editadas pelo novo governo. O ministro da Justiça levou a minuta de um novo decreto para Lula, que ainda não assinou uma norma atualizada.
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