Polícia Federal prende homem suspeito de matar filho da ialorixá Mãe Bernadete

Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o ‘Binho do Quilombo’, foi morto a tiros em 2017; em agosto do ano passado, a mãe dele foi executada com tiros de fuzil, gerando comoção no governo Lula e no STF

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Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira, 17, um homem suspeito de assassinar o líder quilombola Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o “Binho do Quilombo”, em 2017. Ele é filho da ialorixá Bernadete Pacífico, conhecida como “Mãe Bernadete”, que foi executada em agosto do ano passado.

O líder religioso Binho do Quilombo foi assassinado em 2017 Foto: flaviogabriel.pacificodossantos via Facebook

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De acordo com David Mendez Santiago, advogado da família Pacífico, o homem foi detido quando estava em um shopping de Salvador. O suspeito foi encaminhado para a sede da corporação na capital baiana.

Binho do Quilombo foi assassinado a tiros em setembro de 2017 no município de Simões Filho, que fica na Região Metropolitana de Salvador. O crime ocorreu em um território quilombola onde ele e Mãe Bernadete viviam.

Além da autoria do crime, a PF ainda investiga qual teria sido a motivação do assassinato do líder religioso.

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Desde o assassinato do filho, Mãe Bernadete lutava por esclarecimentos e solução do caso. No dia 17 de agosto do ano passado, ela foi morta por tiros de fuzil no terreiro de Simões Filho. Entre os anos de 2009 e 2018, a ialorixá foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do município.

A morte da líder religiosa causou comoção no Palácio do Planalto, com os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) enviando representantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Simões Filho. A ministra aposentada Rosa Weber, que ocupava a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) à época ligou para o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), para cobrar respostas sobre a execução.

Em novembro do ano passado, o Ministério Público da Bahia denunciou cinco homens pelo assassinato da ialorixá. Segundo a promotoria, o crime se deu porque Bernadete buscava “conter a expansão do tráfico” na região.

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