BELO HORIZONTE – Candidato declarado à sucessão da presidência do Senado – e com apoio do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) –, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) procurou, nesta terça-feira, 5, o ex-ministro e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em busca de votos para a eleição, marcada para fevereiro.
O PSD tem a segunda maior bancada na Casa, com 11 parlamentares, ante cinco do DEM. O encontro entre Pacheco e Kassab, que ocorreu em Belo Horizonte, na casa do prefeito Alexandre Kalil (PSD), é uma ofensiva contra o MDB, dono da maior bancada (13 senadores) e que anunciou, em dezembro, candidatura própria à presidência do Senado.
Após a reunião, que durou quase quatro horas, Kassab afirmou que a decisão sobre o alinhamento a Pacheco caberá à bancada do partido. “O PSD tem tido postura de não interferir nas decisões das bancadas. Não que possa no futuro haver necessidade, mas até hoje não houve”, afirmou.
Também participaram da reunião o líder do PSD na Casa, o senador Otto Alencar (BA), e os outros dois senadores por Minas Gerais, ambos também do PSD, Carlos Viana e Antonio Anastasia. Segundo Otto Alencar, a bancada do partido se reuniria ontem à noite, por videoconferência, para discutir o assunto.
Na segunda, 4, Pacheco havia feito uma visita ao líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ). A conversa ocorreu em Santana do Deserto (MG), na divisa com o Rio, onde Portinho tem uma fazenda. O senador deve discutir a eleição com os outros dois senadores do PL para buscar o apoio da bancada.
Pacheco vinha enfrentando resistência entre as maiores bancadas no Senado. Adversários veem que Alcolumbre pode desistir de Pacheco e apoiar outro nome, até mesmo do MDB, na busca por garantir espaços na Casa, se não conseguir votos suficientes. O atual presidente do Senado, porém, avisou a colegas que esse cenário está fora de cogitação. A intermediação de verbas com o governo federal durante a gestão é vista como um ativo que torna Alcolumbre um forte cabo eleitoral.
Adversários de Alcolumbre avaliam ainda que podem lançar um bloco independente para tentar derrotá-lo na eleição. O Muda, Senado – que reúne 18 senadores e apoiou Alcolumbre em 2019, mas passou a fazer oposição interna a ele – poderá se dissolver e se juntar a outros senadores na disputa. Integrantes do grupo calculam que é possível reunir 22 votos.
O movimento é uma reação ao avanço da candidatura de Pacheco e à aproximação do senador com o Palácio do Planalto. Nos bastidores, opositores do atual presidente do Senado avaliam a possibilidade de votar no candidato do MDB, mas a definição ainda depende de quem será o emedebista na disputa.
O MDB tem quatro pré-candidatos. Eduardo Gomes (TO), Fernando Bezerra Coelho (PE), Simone Tebet (MS) e Eduardo Braga (AM). O PSD chegou a cotar o senador Anastasia para o cargo. Os emedebistas fizeram um acordo para lançar um candidato único e escolher o nome que tiver mais votos entre os 81 senadores. /COLABOROU DANIEL WETERMAN
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