Posto de concessionária em rodovia bloqueada por protesto no Mato Grosso é incendiado; veja vídeo

Guincho e ambulância foram queimados em base da concessionária Rota do Oeste, que administra a BR-163, entre Lucas do Rio Verde e Nova Mutum na noite deste sábado, 19; ninguém se feriu; autoridades investigam ocorrido e não há confirmação de que ataque tenha partido de manifestantes bolsonaristas; Ministério Público recomenda apoio da Força de Segurança Nacional

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Por Fátima Lessa
Atualização:

CUIABÁ- Um grupo armado atacou e incendiou uma base da concessionária Rota do Oeste, na BR-163, entre Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, no Mato Grosso, na noite deste sábado, 19. Ninguém se feriu. Um guincho e uma ambulância da concessionária que administra a rodovia foram queimados, e tiros foram disparados contra a base do Sistema de Apoio ao Usuário (SAU). O trecho da rodovia foi interditado por manifestantes bolsonaristas, mas não há confirmação de que o ataque tenha partido de participantes do protesto.

Peritos da Policia Federal chegaram ao local na manhã deste domingo, 20. As investigações serão conduzidas pela Policia Rodoviária Federal (PRF), segundo a Polícia Civil de Lucas do Rio Verde. As Forças de Segurança do Mato Grosso divulgaram um vídeo de câmera de segurança que mostra o momento do ataque. O grupo desce de duas caminhonetes e ateia fogo à ambulância e ao guincho usando coquetéis molotov. Ao menos nove pessoas aparecem nas imagens portanto armas de fogo, além dos artefatos incendiários. Veja abaixo.

Outro vídeo que circula nas redes sociais mostra os funcionários da concessionária em pânico após o ataque. Um deles afirma que os agressores “chegaram atirando” e mandaram os trabalhadores saírem. Outro funcionário afirma que o grupo “quebrou tudo”, jogou gasolina na base e ateou fogo à estrutura. No mesmo vídeo, um dos funcionários afirma que os incendiários rumaram em direção a outra base da concessionária em Nova Mutum, mas não houve registro de um segundo ataque.

Rodovias interditadas com mais violência

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Dois dias depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes bloquear contas e confiscar bens de suspeitos de organizar e financiar atos antidemocráticos, manifestantes voltaram a bloquear rodovias em Mato Grosso. São 21 pontos de bloqueio na tarde deste domingo, segundo a PRF. As convocações para os protestos ocorreram em grupos de WhatsApp.

Dos 43 suspeitos de financiar protestos identificados, 34 são de Mato Grosso, a maioria ligada aos setores de transportes e agronegócio. Os financiadores identificados vêm das cidades de Sorriso (21 suspeitos), Água Boa (4), Cuiabá (2), Nova Mutum (2), Tapurah (2), Campo Novo do Parecis (1) e Guarantã do Norte (1).

Nesta segunda onda de protestos, informações policiais indicam a adoção de táticas mais violentas, como uso de armas de fogo, apedrejamento e fogo em veículos. Nas convocações para as manifestações nos grupos de WhatsApp, os participantes prometem intimidar quem tentar “furar os bloqueios”. Além de armas, segundo policiais militares o “modus operandi” dos bloqueios que retornaram ficou mais complexo. Além de queimar pneus e usar pedaços de madeira e galhos para bloquear as vias, os manifestantes agora utilizam óleo, pregos e areia para impedir o tráfego.

Na sexta-feira, manifestantes bolsonaristas incendiaram um carro durante bloqueio em outro trecho da mesma rodovia, em Dourados, em Mato Grosso do Sul. O grupo ateou fogo em uma barricada de pneus no momento em que o automóvel passava pelo local. O motorista conseguiu sair do veículo em chamas sem ferimentos.

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Neste domingo, 20, a PF e a PRF abriram uma operação sobre os bloqueios no Mato Grosso do Sul. Os policiais cumprem três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva na operação batizada de Unlock. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal em Dourados.

Força de Segurança Nacional

Na tarde do domingo, os Ministérios Públicos Federal e Estadual em Mato Grosso recomendaram que o governo do Estado peça que a Força Nacional de Segurança dê apoio à Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas ações realizadas nas rodovias federais para evitar e desfazer bloqueios e para identificar os responsáveis pelos atos antidemocráticos. Os órgãos determinaram ainda que o efetivo da Polícia Militar de Mato Grosso seja mantido como reforço à PRF.

A recomendação acontece em menos de 24 horas depois do ataque de um grupo armado à base de apoio do pedágio em Lucas do Rio Verde.

Segundo o MPF e o MP/MT, a PRF já pediu ao Ministério da Justiça o apoio da Força Nacional de Segurança Pública para agir nos bloqueios e interdições nas rodovias federais, “mas o pedido foi negado, pois, há uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que define que apenas os governadores de estado e do Distrito Federal podem pedir o apoio da Força Nacional em seus estados”.

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