BRASÍLIA - As bancadas do PR no Senado e na Câmara divulgaram na noite desta segunda-feira, 4, nota confirmando o apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff e declarando "incondicional confiança e apoio" ao ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Segundo a nota, o ministro de "autodeliberação" prestará todos os esclarecimentos ao Congresso Nacional sobre denúncias feitas pela revista Veja, no fim de semana, e que apontam corrupção em obras conduzidas pelo Ministério dos Transportes. "Rechaçamos o denuncismo sem prova, criando um estado de terror e desconfiança, através de ilações, sem a prévia defesa dos citados, devendo ser concedido aos mesmos o benefício legal da dúvida".As bancadas afirmam, na nota, que as medidas adotadas pelo ministro negam os relatos de que ele tenha "autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer atos político-partidários" envolvendo ações e projetos do ministério, "o que tranquiliza a bancada e resguarda o partido de danos morais e éticos".As bancadas do PR manifestaram ainda "irrestrito apoio" à decisão do ministro dos Transportes de acionar a Controladoria-Geral da União, o Tribunal de Contas da União, a Polícia Federal e o Ministério Público para investigar o caso. A nota é assinada pelo senador Magno Malta (PR-ES), líder do partido no Senado, e pelo deputado Lincoln Portela (PR-MG), líder do partido na Câmara.Depois reunião realizada nesta tarde entre o ministro Alfredo Nascimento e representantes das bancadas do PR, ficou acertado que o ministro irá prestar explicações tanto na Câmara quanto no Senado. Na Câmara, será em sessão conjunta das comissões de Trabalho, Transportes e de Fiscalização e Controle na Câmara. No Senado, Nascimento irá se apresentar em sessão conjunta nas comissões de Fiscalização e Controle e na de Infraestrutura. O deputado Luciano Castro (PR-RR), que participou da reunião, afirmou que o ministro deverá ir à Câmara na próxima semana antes do recesso parlamentar.Segundo informações dos parlamentares presentes à reunião, o chefe de gabinete Mauro Barbosa Silva e o assessor especial do ministro Luís Tito Bonvini pediram demissão dos cargos. Já o presidente da Valec, José Francisco das Neves, e o diretor-geral do DNIT, Luiz Antônio Pagot, pediram licença dos cargos até que as investigações sejam concluídas. Os quatro foram afastados pela presidente Dilma Rousseff no sábado, depois da publicação, pela revista Veja, de reportagem denunciando suposto esquema de corrupção.
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