Ex-prefeito de São José dos Campos, o administrador de empresas Felício Ramuth, de 53 anos, foi um quadro importante do PSDB por 28 anos antes de se filiar ao PSD de Gilberto Kassab, no ano passado. Ramuth trocou de partido após apoiar o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite nas prévias presidenciais tucanas e romper com o então governador de São Paulo, João Doria.
Pré-candidato do PSD ao governo de São Paulo, Ramuth defende a manutenção da gratuidade das universidades públicas e das câmeras no uniforme de policiais militares. Prometeu ainda criar uma agência reguladora de Organizações Sociais (OSs), que ganham cada vez mais espaço na gestão da saúde do Estado.
O PSD está com Jair Bolsonaro no Sul e com Lula no Nordeste. O partido pratica pragmatismo radical?
Não enxergo como pragmatismo radical. O PSD entende que as realidades são distintas em cidades, Estados e regiões do País. Por isso, dá liberdade para que seus grupos políticos tomem decisões. Eu chamaria de não ideologia evidente.
Isso não é meio vago?
É meio vago. Por isso às vezes (o PSD) se alia com um conjunto de pessoas da direita e outras à esquerda.
Gilberto Kassab costuma dizer que o PSD não é de direita, nem de esquerda, nem de centro. E o sr.?
O PSD não tem compromisso ideológico com ações ditas de direita, tampouco de esquerda. Valoriza a eficiência do Estado. Concessões e privatizações estão no programa, mas valorizamos o SUS e políticas ditas de esquerda. Defendo as Organizações Sociais de saúde. Tenho proposta de criar uma agência reguladora de OSs.
O sr. foi do PSDB durante 28 anos e decidiu sair no passado. Por quê?
O PSDB não teve capacidade de renovação. Não valorizou seus quadros, especialmente em São Paulo. Ao longo dos anos foi mais do mesmo. Fomos o único diretório do PSDB de São Paulo que apoiou o Eduardo Leite em vez do João Doria (nas prévias presidenciais). Hoje vejo que foi a situação mais acertada.
O sr. é a favor do uso de câmeras no uniforme dos PMs?
Sou a favor das câmeras no policiamento de rotina e nos batalhões de operações especiais com protocolos específicos criados pelas próprias forças de segurança.
Como o sr. se posiciona na agenda de costumes: progressista ou conservador?
Trago os valores da família para a política. Mas os conceitos de família mudaram. Sou contra o aborto, mas a favor do casamento homossexual. Um dos erros do bolsonarismo é se preocupar com o acessório. Agora estão falando em pagar pela universidade pública.
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O sr. é contra?
Cinquenta por cento das vagas são para pessoas que vieram da escola pública. Já existe um critério. Sou favor que se mantenha como está.
Como será fazer campanha sem o apoio de nenhum outro partido?
Será uma campanha independente, não isolada. O PSD tem um grande time no Estado.
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