Prefeito de SP diz que 1º de Maio com Lula e Daniela Mercury não poderia fazer ‘promoção’ partidária

Ricardo Nunes afirma que evento foi pago com recursos públicos; Controladoria Geral do Município abre sindicância

PUBLICIDADE

Por Adriana Ferraz e Beatriz Bulla
Atualização:

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que o evento organizado pelas centrais sindicais no dia 1º de Maio, na Praça Charles Miller, no Pacaembu, não poderia “fazer promoção político partidário”, uma vez que o ato foi pago com recursos públicos.

PUBLICIDADE

A celebração do Dia do Trabalhador contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Planalto, e aliados, e shows como o da cantora Daniela Mercury. “Por ser um evento pago com recursos públicos não podem fazer promoção político partidário”, disse Nunes ao Estadão.

Segundo informações do Diário Oficial do município, os cachês e os custos de produção foram pagos com recursos públicos por meio de emendas parlamentares de vereadores do PT e do Solidariedade, partido que declarou apoio a Lula.

A Controladoria Geral do Município (CGM) de São Paulo abriu, de ofício, uma sindicância para investigar a contratação dos shows, com base em informações publicadas na imprensa. Além de Daniela, também participaram do evento outros artistas: Arnaldo Alves da Silva, Mateo Piraces, Rapper Dexter e DJ KL Jay, ao custo total de R$ 187 mil.

Publicidade

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo; ato do 1º Maio contou com a presença do ex-presidente Lula e aliados Foto: Governo do Estado de SP

De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, a emenda que viabilizou os shows partiu do vereador Sidney Cruz (Solidariedade), no montante de R$ 360 mil, dos quais foram utilizados R$ 187 mil.

Em nota, o parlamentar afirmou que as edições anteriores do evento, “na maioria das vezes”, foram realizadas “através de emendas parlamentares”. Cruz encaminhou a emenda parlamentar no dia 28 de abril.

“Desta forma, caso por ventura tenha havido algum desvio de finalidade no uso deste valor que encaminhei para o evento (Festa do Trabalhador), peço a devida apuração e que sejam tomadas as medidas cabíveis”, afirmou.

Esvaziado, o ato das centrais sindicais no último domingo se tornou uma agenda da pré-campanha do petista. Os participantes pediram voto em Lula, que, no discursou para o pequeno público, fez ataques ao presidente Jair Bolsonaro, seu principal adversário na corrida eleitoral segundo as pesquisas de intenção de voto.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.