Prefeito eleito de Osasco é preso em Cumbica no âmbito da Operação Caça-fantasmas

Rogério Lins (PTN) é suspeito de envolvimento em um esquema milionário de fraudes na contratação sem concurso público de centenas de servidores 'fantasmas' na Câmara

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Prefeito eleito de Osasco,Rogério Lins (PTN) Foto: Tiago Queiroz/Estadão

SÃO PAULO - O prefeito eleito de Osasco, Rogério Lins (PTN), foi preso neste domingo, 25, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Contra ele havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Polícia Civil no início do mês, no âmbito da Operação Caça-fantasmas.

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Quando a operação foi deflagrada, em 6 de dezembro, a Justiça de Osasco também mandou prender, além do prefeito eleito, 13 dos 21 vereadores da cidade. Todos estão sob suspeita de envolvimento em um esquema milionário de fraudes na contratação sem concurso público de centenas de servidores “fantasmas” na Câmara.

Segundo o Ministério Público, os apadrinhados contratados não trabalhavam, mas recebiam como funcionários. Em troca, os parlamentares ficavam com parte dos salários dos funcionários fantasmas. Os prejuízos aos cofres públicos são estimados pelos investigadores em pelo menos R$ 21 milhões.

De acordo com a Polícia Civil, Lins embarcou na madrugada em um voo proveniente de Miami (EUA) e se entregou à Polícia Federal assim que chegou ao Brasil. O prefeito eleito foi encaminhado à Delegacia de Atendimento ao Turista (Depatur), no próprio aeroporto, e, depois de ser registrada a ocorrência, foi levado para a Delegacia Seccional de Osasco. Segundo policiais de plantão, Lins foi encaminhado para a Cadeia de Pública de Osasco, onde está preso.

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Rogério Lins foi eleito prefeito com 61,21% dos votos, superando o atual prefeito, Jorge Lapas (PDT), no segundo turno. Aos 38 anos, ele é empresário e tem duas empresas em Osasco. Quando as urnas lhe deram a vitória, Lins foi taxativo ao declarar seu compromisso com a ética e o bem público. Ele afirmou que iria ‘respeitar o dinheiro público da nossa população’. “É tolerância zero com a corrupção”, declarou à época.

No início do mês, quando foi expedido o mandado de prisão, a assessoria de Lins divulgou nota afirmando que ele estava colaborando com as investigações e, por isso, não haveria motivo para o que chamou de “medida extrema”. Ainda segundo a nota, funcionários do gabinete de Lins apresentaram documentos para comprovar o vínculo empregatício. O texto afirma ainda que o prefeito eleito “jamais compactuou com qualquer prática lesiva ao patrimônio público e à sociedade. Nunca praticou crime e nunca fez parte de organização criminosa".