BRASÍLIA – O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) provocou a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e a perguntou se ela queria “um remédio ou um hambúrguer” para se acalmar. Parlamentares viram machismo na fala de Zucco.
“A senhora pode ficar mais calma. A senhora respeite... A senhora está nervosa, deputada? Quer um remédio? Ou quer um hambúrguer?”, perguntou o presidente do colegiado para a parlamentar, após ele fazer um pedido para que assessores não se manifestassem durante a sessão.
“O senhor se dirigiu à deputada Sâmia Bomfim e pediu para ela procurar um hambúrguer. O senhor se dirigiu a nós duas e falou para procurarmos um remédio. O senhor não tem vergonha, de envergonhar o parlamento brasileiro e atacar mulheres?”, questionou Talíria Petrone (PSOL-RJ), que ainda o chamou de misógino e machista. “Ih, já vitimizou”, ironizou o relator, Ricardo Salles (PL-SP).
Em um raro momento da comissão, Zucco se retratou e pediu para as falas dele fossem retiradas das notas taquigráficas. Ele disse que é atacado por Sâmia em todas as sessões da CPI e resgatou um episódio em que o irmão dele, o militar Marcelo Lorenzini Zucco, teria sido demitido por ele ser presidente da CPI, quando estava fazendo um tratamento quimioterápico contra um câncer. Ao Estadão, Zucco afirma que o episódio aconteceu por causa de provocações de Sâmia. “Constantemente, ela provoca citando ‘Xandão’, falando sobre Alexandre de Moraes, por causa de um inquérito que a PGR já pediu arquivamento”.
“Não é verdade que você não foi indecoroso com as deputadas desta comissão”, respondeu Sâmia, que classificou o episódio como uma “piadinha covarde”. A sessão desta quinta-feira é tensa por ter um dos depoimentos mais relevantes até então.
O líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha, presta depoimento à CPI sob condição de testemunha, com ameaças feitas por deputados de prendê-lo caso ele minta.
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