Presidente de CPMI dá 48 horas para Dino entregar vídeos de 8 de Janeiro ou vai recorrer ao STF

Ministro da Justiça tinha rejeitado compartilhamento de vídeos sob argumento de que são provas de inquérito sigiloso

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Foto do author Daniel Haidar

BRASÍLIA – O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Arthur Maia (União-BA), afirmou nesta terça-feira, 1º, que vai dar novo prazo ao ministro da Justiça, Flávio Dino, para compartilhar, em até 48 horas, as imagens do circuito interno da pasta, feitas no dia dos ataques golpistas a Brasília às sedes dos Três Poderes da República. No começo da sessão, Maia tinha falado em recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar Dino a entregar os vídeos.

“Vou tomar uma posição intermediária. Vou solicitar, sim, reconsideração ao ministro da Justiça, para que ele apresente as imagens à comissão no prazo de 48 horas. Se assim não agir, já está tomada decisão de fazer solicitação ao STF”, anunciou Maia após ouvir outros parlamentares sobre o assunto.

O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia  Foto: BRUNO SPADA/AGÊNCIA CÂMARA

PUBLICIDADE

Como mostrou a Coluna do Estadão, o Ministério da Justiça tinha se recusado a compartilhar os vídeos sob o argumento de que são provas utilizadas em inquérito sigiloso sobre os ataques, em andamento no STF, de acordo com o presidente da CPMI.

As imagens da pasta viraram o primeiro assunto debatido pelos parlamentares na CPMI em sua primeira sessão após o recesso parlamentar de julho.

Parlamentares da base do governo se manifestaram contra um recurso ao STF, pois defenderam a postura de Dino. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que o ministro não se recusou a enviar as imagens e que, ainda assim, não via utilidade no acesso a esses vídeos, porque não houve quebra-quebra no ministério.

Publicidade

No primeiro dia de CPMI depois do recesso, os parlamentares devem tomar o depoimento de Saulo Moura da Cunha, ex-diretor que comandava a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no dia dos ataques golpistas. Cunha foi exonerado da Abin em março, de onde foi transferido para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em que ficou lotado até junho.