Lula usa cadeia de rádio e TV para fazer propaganda do governo na véspera do 7 de Setembro

Presidente usou o tempo nos meios de comunicação para enumerar ações do seu governo

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Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizou a cadeia de rádio e televisão nesta quarta-feira, 6, para fazer propaganda do seu governo na véspera do Dia da Independência. De sete minutos e meio, Lula usou seis para falar sobre ações feitas em seu governo e pouco mais de um para falar sobre a data que celebra a conquista da soberania do Brasil em 1822.

A estratégia foi a mesma que adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que utilizou o espaço nos meios de comunicação para fazer palanque político e enaltecer o seu projeto de governo nos últimos anos.

O presidente utilizou o espaço no rádio e TV para falar balanço do seu governo Foto: WILTON JUNIOR

Sem citar Bolsonaro, Lula disse que o 7 de Setembro deve promover a “união” e não “o ódio e o medo”, e a lembrança de que o Brasil é único, independentemente de preferências políticas. No feriado do ano passado, Bolsonaro utilizou a cerimônia para fazer propaganda eleitoral na reta final da campanha presidencial.

“Amanhã não será um dia nem de ódio nem de medo, e sim de união. O dia de lembrarmos que o Brasil é um só. Que sonhamos os mesmos sonhos. Que podemos ter sotaques diferentes, torcer para times diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência por este ou por aquele candidato, mas que somos uma mesma grande nação, um único e extraordinário povo”, disse Lula.

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Depois de sugerir voto secreto no STF, Lula exalta democracia

Um dia após sugerir que os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) deveriam ser feitos em sigilo, longe dos olhos da população, o presidente afirmou que a democracia “é o direito de participar das discussões que impactam as vidas das pessoas”.

“Se sonhamos com um País melhor, é a democracia que vai dizer se teremos ou não as oportunidades para realizar nossos sonhos. Democracia é o direito de participar das discussões que impactam as vidas das pessoas”, disse.

Lula mente ao dizer que PIB tem crescimento não registrado desde 2010

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No discurso, Lula afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) teve um crescimento que não era registrado desde 2010. “No passado, quando o Brasil crescia, quem ganhava era apenas uma minoria já muito rica. Agora, quando a economia cresce, a vida melhora para todo mundo. O PIB, que é a soma de toda a riqueza que o País produz, está crescendo, e não crescia tanto assim desde 2010. A melhora do cenário econômico se traduz em mais oferta de empregos e melhores salários para todas as profissões e classes sociais”, disse o petista.

Nesta terça-feira, 5, o Estadão Verifica mostrou que a afirmação, que está sendo compartilhada por apoiadores do petista, não condiz com os indicadores econômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB cresceu 5,8% nos seis primeiros meses da gestão de Bolsonaro, e 2,7% no mesmo período do mandato de Lula.

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Presidente cita ‘diálogo com Congresso” em dia de mudanças na Esplanada

Ao falar sobre “união” em outro contraponto a Bolsonaro, Lula disse que o “entendimento” voltou a ser uma palavra de ordem adotada pelo governo. Menos de uma hora depois de fazer uma reforma ministerial que colocou os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) na Esplanada, o presidente afirmou que investiu em um diálogo com o Congresso Nacional.

Tal como o antecessor, Lula adotou a política do toma lá, da cá e chamou para o seu governo partidos que não o apoiaram durante as eleições presidenciais. No “diálogo com o Congresso” adotado por Lula, foi registrado o recorde de mais emendas parlamentares liberadas em um único mês na história. Em julho, o Executivo destinou R$ 11,8 bilhões para Estados e municípios por indicação de deputados e senadores.

Na cadeia de rádio e TV, Lula também falou sobre um investimento com as prefeituras espalhadas pelo País. “O entendimento voltou a ser palavra de ordem. Investimos no diálogo com o Congresso Nacional, os governos estaduais, as prefeituras, o Poder Judiciário, os partidos políticos, os sindicatos e a sociedade organizada”, afirmou.

No último dia 30 de agosto, prefeituras de várias cidades do País, inclusive dos nove Estados da Região Nordeste – reduto eleitoral do PT –, entraram em greve ao reivindicar mais receitas do governo federal para os municípios.

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