Prévias do PSDB têm pancadaria e urna quebrada

Diretório do partido na zona leste de São Paulo teve confusão entre militantes

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Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau e Ana Fernandes

São Paulo - O clima de tensão que tomou o processo de prévias que definirá o candidato do PSDB à Prefeitura de SP se acirrou neste domingo, 28, com casos de agressão e até mesmo de invasão a um dos locais de votação, o que resultou em uma urna quebrada.

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O diretório zonal do Tatuapé, zona leste de São Paulo, foi invadido por um grupo de pessoas não identificadas, que quebrou um computador onde estava sendo feita a votação. Houve confusão generalizada e a Polícia Militar foi acionada. A votação foi encerrada antes da hora no diretório e a urna com os votos de papel, impressos após o voto no computador, foi retirada sob escolta de policiais.

"A confusão começou quando coloquei em ata que estavam fazendo um churrasco e bebendo cerveja dentro do local da votação. Começou então a confusão e um grupo de pessoas ameaçou me arrebentar. De repente, três menores entraram junto com um militante do partido e quebraram o computador", disse a presidente do diretório do Tatuapé, Vânia Alves, que apoia o deputado Ricardo Tripoli, um dos pré-candidatos que concorre nas prévias.

O senador José Serra (esq) e o ex-governador Alberto Goldman (dir) acompanharam Andrea Matarazzo na votação das prévias do PSDB em São Paulo Foto: Gabriela Bilo|Estadão

Já Maria de Lurdes Silva, militante histórica do PSDB no Tatuapé e apoiadora de João Doria, acusa o grupo do deputado Ricardo Tripoli de ter começado a confusão. "Foi o grupo dele que invadiu aqui", afirmou ela.

Também houve registros de confusão em outros locais onde ocorrem as prévias tucanas. Na seção de votação do Grajaú, na zona sul da capital, fiscais das campanhas do vereador Andrea Matarazzo e do deputado Ricardo Trípoli reclamaram de panfletagem de boca de urna, com distribuição de santinho, por integrantes da campanha de Doria nas proximidades da seção de votação do Grajaú, na zona sul da capital. Matarazzo, Tripoli e Doria disputam a indicação do PSDB para concorrer à Prefeitura de São Paulo na eleição de outubro. O primeiro turno das prévias do partido ocorrem neste domingo.

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"Duas meninas que estavam ali perto do farol, distribuindo panfleto do Doria. A gente pediu pra elas se afastarem, foi pacífico, mas elas ficaram voltando. A gente insistiu que não pode", disse Vinicius Andreoni, fiscal da campanha de Matarazzo no local.

"Elas estavam distribuindo santinho pra quem passasse, com camiseta da campanha do Doria", disse o fiscal da equipe de Trípoli, que não quis se identificar.

Os dois fiscais mostraram fotos à reportagem para mostrar que as integrantes do time de Doria que estariam distribuindo santinhos estavam a menos de 50 metros do local de votação. Nas imagens é possível ver mulheres com a camiseta com o logo "acelera", da campanha de Doria, abordando pessoas, no local mencionado pelos fiscais.

A presidente do diretório zonal do PSDB no Grajaú, Neusa Maria de Araújo, disse ter ficado sabendo pela reportagem do Broadcast Político da reclamação de panfletagem. Ela lamentou a prática, que, para ela, mancha a imagem do partido.

"Fiquei sabendo agora que você falou, eu não vi. Isso é muito chato, porque os outros dois candidatos não têm ninguém aqui, não tem panfletagem nem do Tripoli nem do Andrea. É muito triste isso, fico chateada porque isso prejudica o PSDB", afirmou.

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A reportagem localizou as duas mulheres que teriam distribuído santinhos. Abordadas, elas disseram que não tinham mais nenhum material de distribuição. Era possível observar que elas carregavam em sacolas as camisetas da campanha, que já não usavam mais por volta das 14h30.

A votação do PSDB foi encerrada às 16 horas e a previsão é de que o resultado saia até as 18 horas. A disputa interna levou o partido a um clima de acirramento inédito na história da legenda na capital paulista. Disputam a vaga de candidato à prefeitura, além de Tripoli, o empresário João Dória e o vereador Andrea Matarazzo.

Enquanto Doria é apoiado pelo governador Geraldo Alckmin, Matarazzo conta com o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e dos senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira. Tripoli, por sua vez, conta com a retaguarda do deputado Bruno Covas e do ex-deputado José Anibal. Caso nenhum dos três consiga maioria simples no pleito deste domingo, haverá segundo turno no dia 20 de março.

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