Primo de Ustra se filia ao PL e vai concorrer a vereador com apoio de Bolsonaro

Marcelo Ustra se filiou ao partido do ex-presidente do Brasil para concorrer a um cargo de vereador em Porto Lagre. O candidato é parente do primeiro militar condenado por tortura na ditadura

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Foto do author Jean Araújo
Atualização:

O tenente-coronel do Exército Marcelo Ustra filiou-se ao PL para concorrer ao cargo de vereador em Porto Alegre (RS) nas eleições municipais deste ano. Ao Estadão, o Partido confirmou a filiação e revelou que o candidato conta com o apoio do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

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Marcelo é primo do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi o primeiro militar condenado por sequestro e tortura durante a ditadura no Brasil (1964-1985). O oficial comandou o Destacamento de Operações de Informação Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) em São Paulo. Enquanto ele estava a frente do departamento, foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados no local.

O candidato possui histórico com o ex-presidente. Durante a gestão de Bolsonaro Marcelo Ustra trabalhava no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), onde ficou até a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ustra também foi uma das pessoas que acompanharam Bolsonaro a Orlando após a derrota eleitoral.

Marcelo Ustra filia-se ao PL para concorrer ao cargo de vereador em Porto Alegre  Foto: Reprodução/@ustra.marcelo via Instagram

Tanto Marcelo quanto Bolsonaro demonstram admiração pelo torturador que faleceu em 2015, aos 83 anos, sem cumprir pena.

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Em uma publicação no Instagram no dia primeiro de julho, Marcelo escreve que o “primo do ‘pavor de Dilma Rousseff’ será candidato a vereador em Porto Alegre. Em outra na mesma data ele fala que “para desespero da esquerda, primo do ‘fantasma’ de Dilma vem aí”.

Marcelo faz referência à declaração de Bolsonaro a favor do torturador, em 2016, quando ele ainda era deputado federal e votou a favor do impeachment da ex-presidente do País Dilma Rousseff, – considerada uma das vítimas do DOI-Codi.

“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”, disse à época.

Bolsonaro elogiou Ustra em outras ocasiões, como 2019 quando ele disse que o militar era um “herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”. Em 2020, o ex-presidente defendeu o livro “A Verdade Sufocada”, escrito pelo condenado narrando informações da época da ditadura.

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