Procuradoria vai investigar ministro da Educação por improbidade

Ricardo Vélez Rodríguez terá de responder sobre envio de cartas às escolas do País com slogan de campanha de Jair Bolsonaro

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu uma investigação para apurar possível improbidade administrativa do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, no envio de cartas às escolas de todo Brasil com slogan da campanha do presidente Jair Bolsonaro. A abertura da investigação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estado.

No e-mail enviado pelo ministro às escolas, o ministério pedia que as crianças fossem perfiladas para cantar o Hino Nacional e que o momento fosse gravado em vídeo e enviado para o governo. O e-mail solicitava ainda que fosse lida para elas uma carta do ministro que terminava com o slogan da campanha de Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.” A existência da mensagem foi revelada pelo Estado.

Ricardo Vélez Rodríguez é ministro da Educação Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

PUBLICIDADE

A investigação contra Vélez foi instaurada como um procedimento preparatório pela procuradora da República Eliana Pires Rocha. A procuradora solicitou, por meio da Procuradoria-geral da República, explicações ao ministro. O documento foi encaminhado ao ministro no último dia 7 e ele terá dez dias úteis para responder aos questionamentos.

Embora tenha foro por prerrogativa de função, o chamado foro privilegiado, o ministro pode ser alvo da apuração pelo fato de se tratar de um procedimento na esfera cível. 

Publicidade

Após a repercussão negativa sobre o envio, o ministro chegou a assumir o erro. “Eu percebi o erro. Tirei essa frase (com slogan do governo). Tirei a parte correspondente a filmar crianças sem a autorização dos pais”, afirmou, na ocasião.

Na apuração aberta, em que Vélez é diretamente investigado, a procuradora quer verificar se ele violou o artigo 37 da Constituição, que determina que a publicidade dos atos, programas e campanhas de órgãos públicos, como o Ministério da Educação, não pode conter nomes, imagens ou símbolos que sirvam para promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. A violação teria ocorrido ao se utilizar do slogan de campanha de Bolsonaro. 

No despacho em que instaura o procedimento a procuradora cita a suposta improbidade no envio do e-mail.

Vélez Rodríguez, por meio de sua assessoria, disse estar analisando o pedido de informações e que, oportunamente, apresentará resposta ao Ministério Público Federal

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.