O Ministério Público de São Paulo abriu um procedimento preparatório sigiloso para apurar suspeitas de irregularidades na campanha eleitoral do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Cauê Macris (PSDB). O tucano recebeu cerca de R$ 200 mil em doações feitas por nove assessores do Parlamento e 92 fiscais da Receita Estadual em 2018.
O pedido de investigação foi feito no dia 25 de fevereiro pelo deputado estadual Gil Diniz, líder do PSL na Assembleia. A representação foi encaminhada para o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, que tem a competência para abrir uma investigação contra o presidente da Alesp.
Mais de 40 dias depois, a assessoria do MP paulista informou nesta semana que foi aberto um procedimento preparatório, no qual os procuradores terão até 60 dias para avaliar se há elementos suficientes para a abertura de um inquérito civil para investigar Cauê. As suspeitas foram levantadas pela Procuradoria Regional Eleitoral após a eleição. As contas de campanha do tucano foram aprovadas com ressalvas pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Em fevereiro, o Estado revelou que as campanhas do tucano e do pai dele, o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB), depositaram R$ 881 mil em cheques na conta de um posto de gasolina que pertence a Cauê. Ele disse que usou a empresa para facilitar o pagamento de cabos eleitorais do interior que não possuem conta bancária. Dois meses após a eleição, o posto de gasolina quitou uma dívida de R$ 344,2 mil referente à compra de um apartamento de alto padrão em São Paulo, avaliado em R$ 2,3 milhões.
Em nota, a assessoria de Cauê Macris afirmou que “a denúncia feita pelo deputado Gil Diniz foi uma ação eleitoreira, desconectada da realidade e feita durante a disputa eleitoral pela presidência”. O tucano disse ainda que não foi notificado oficialmente sobre o caso.
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