BRASÍLIA - Integrantes da Executiva Nacional do PSB foram convocados pelo presidente da legenda, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para reunião extraordinária a fim de decidir sobre a permanência da legenda no governo Dilma. Segundo membros da cúpula do partido ouvidos pelo Broadcast Político, a "tendência" é que o PSB entregue os cargos.
A reunião ocorrerá nesta quarta-feira, 18, em Brasília. A decisão foi tomada em almoço realizado na tarde desta terça-feira, 17, na capital federal, que também contou com a participação dos governadores Renato Casagrande (Espírito Santo) e Ricardo Coutinho (Paraíba), dos líderes do PSB no Congresso e de alguns dirigentes da legenda.
A convocação para a Executiva ocorre no momento em que integrantes do PT pressionam pela saída do partido dos cargos cedidos pelo governo. O PSB comanda atualmente o Ministério de Integração Nacional com Fernando Bezerra Coelho. O ministro pediu licença do cargo nessa segunda-feira, 16, para tratamento médico.
"Vamos fazer um debate político com a direção do partido para ter uma posição oficial. Não é uma posição minha ou de outro dirigente", afirmou Eduardo Campos após o almoço. "Tomamos uma decisão amanhã (quarta-feira). Amanhã vocês vão saber de uma decisão oficial", acrescentou.
Eduardo Campos afirmou ainda que não conversou nestes últimos dias com o ex-presidente Lula. Até esta quarta-feira, segundo ele, também não há encontros previstos com a presidente Dilma Rousseff.
Inicialmente, o almoço desta quarta-feira tinha como prato principal o quadro de filiação do PSB no Estados. Mas segundo integrantes da legenda, as movimentações do PT causaram constrangimento ao partido.
"O partido tem que tomar uma posição política sobre o governo. Nossa relação é diferente de alguns partidos da base. Ela não se baseia em cargos", disse o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF).
O senador considerou como parte do jogo político a decisão que deverá ser tomada nesta quarta-feira. "É o jogo da política. As peças do tabuleiro estão se mexendo", disse.
Já o líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque (RS), subiu o tom contra o PT. "Quem não quer constranger nem quer ser constrangido tem que tomar uma decisão e é isso que faremos amanhã", disse o deputado. E acrescentou: "Vamos decidir se vamos ficar ou não no governo. Não somos partido da boquinha."
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