PSDB e Cidadania aprovam apoio a Tebet, mas ainda buscam nome de vice

Partidos formam uma federação e precisam ter as mesmas posições por no mínimo quatro anos

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Foto do author Lauriberto Pompeu
Atualização:

BRASÍLIA - O PSDB e o Cidadania decidiram nesta quarta-feira, 27, apoiar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) na disputa pelo Palácio do Planalto. De acordo com os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire, a decisão foi tomada de forma unânime com o voto favorável de todos os 19 integrantes do colegiado da federação das duas legendas.

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A escolha do candidato a vice-presidente, no entanto, ainda não está definida. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) é o nome preferencial dos dois partidos para ocupar o posto, mas ele tem oferecido resistência em fazer parte da chapa. O PSDB trabalha com alternativas para indicar o vice de Tebet. O nome da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) também é cotado para dividir a chapa com o MDB.

De acordo com o presidente do PSDB, a intenção é definir o vice ainda nesta quarta-feira, mas ele admite a possibilidade de o impasse permanecer e acontecer um adiamento. “Temos um espectro de alternativas que estão postas, que estão surgindo internamente dentro do partido. A convenção delegou ao colegiado da federação tomar essa decisão. Eu e o presidente Roberto Freire vamos ao longo do dia tentar afunilar esse conjunto de alternativas. Estamos na expectativa de que possamos fazer isso o mais rápido possível”, declarou Bruno Araújo.

PSDB e Cidadania formam uma federação e precisam ter as mesmas posições em todas as eleições nacionais, estaduais e municipais por no mínimo quatro anos, além de agirem como uma só bancada no Congresso.

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Os presidentes do PSDB e Cidadania, Bruno Araújo e Roberto Freire; diferentemente das coligações - proibidas nas eleições proporcionais já em 2020 -, as federações vão muito além da disputa eleitoral. Foto: Dida Sampaio/Estadão e Alex Silva/Estadão

De forma remota, Simone Tebet participou da convenção do PSDB e Cidadania. No discurso, ela elogiou a decisão dos tucanos de abrirem mão de uma candidatura própria à Presidência pela primeira vez e disse que isso aumenta o desafio e a responsabilidade dela na eleição. A emedebista também fez críticas aos governos do PT e a atual gestão de Jair Bolsonaro (PL). “A recessão começou nos governos do PT e esse governo aumentou”, afirmou. Para ela, o governo Bolsonaro “além de tudo tem uma grande insensibilidade social e irresponsabilidades fiscal” e “isso está levando a um descrédito internacional”.

Tasso também participou da reunião virtualmente. O senador está em Fortaleza (CE), onde está imerso nas articulações para as eleições locais. Segundo Roberto Freire, o cearense declarou que, independentemente do papel dele na campanha, irá dar total suporte para Simone. “O senador Tasso participou. Uma afirmação dele muito clara: Qualquer que seja a posição que ele venha a ter, vai ser uma posição junto com Simone e para o que der e vier”, disse Freire.

A convenção do MDB, que vai oficializar Simone Tebet como candidata a presidente, também acontece nesta quarta-feira. A parlamentar deve ter seu nome sacramentado pelo partido.

A cúpula emedebista conseguiu reunir a maioria necessária para referendar a candidatura presidencial de Tebet, mas a legenda possui uma ala que prefere apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno e outra que quer estar com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

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O presidente do PSDB minimizou as divisões internas no MDB e afirmou que isso faz parte da tradição da legenda. “O MDB nunca foi um partido de unanimidade. Não há nenhuma novidade em relação a isso. O importante é a decisão majoritária que possa se confirmar ao longo do dia de hoje um resultado condizente com o tamanho desse projeto em uma eleição presidencial que envolve um partido que tem tanta tradição na vida pública brasileira”, afirmou.

Araújo também afirmou que não se pode agir como se o resultado das eleições já estivesse definido. De acordo com ele, PSDB, Cidadania e MDB tinham que apresentar uma alternativa.

“Temos certeza que Simone vai poder trazer algo inovador e carregar esperança na possibilidade de quebrar essa polarização. Enquanto partidos políticos fizemos nossa parte de não ficar sentado assistindo a um jogo que parece jogado, quando ainda não foi consultado ainda de forma objetiva o principal, que é o eleitor”, declarou.

Na mesma linha, o presidente do Cidadania reforçou que as legendas têm confiança em Simone. “A partir de agora a gente vai começar a escrever a história dessa eleição de outubro”, disse. Além das divisões no MDB, o PSDB também tem alas que preferem apoiar Lula e Bolsonaro na eleição presidencial.

Mesmo com a aliança nacional, há ainda um acordo entre PSDB e MDB pendente no Rio Grande do Sul. Os tucanos querem que o MDB apoie Eduardo Leite (PSDB) para o governo gaúcho, mas o partido ainda está dividido entre estar com o tucano ou lançar o deputado estadual Gabriel Souza (MDB) como candidato a governador.