PT e PSB descartam rompimento no Rio, apesar da disputa entre Molon e Ceciliano pelo Senado

Adiamento da convenção petista fluminense é apenas tentativa de mostrar insatisfação com falta de acordo com as duas legendas

PUBLICIDADE

Foto do author Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – Apesar do aumento da tensão entre PT e PSB no Rio após o lançamento oficial de Marcelo Freixo ao governo do Estado e de Alessandro Molon ao Senado, integrantes das duas legendas descartam o rompimento pregado pela ala petista liderada pelo vice-presidente do diretório fluminense, Washington Quaquá. A menos de três meses das eleições, a avaliação dos dirigentes partidários é que o PT deve demonstrar publicamente insatisfação com o que consideram quebra, pelo PSB, do acordo para ter o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), como postulante da coligação ao Senado. Consideram, porém, que um rompimento poderia atrapalhar os planos da aliança nacional.

PUBLICIDADE

A Executiva Nacional do PT trabalha para aparar arestas com o PSB em ao menos seis Estados. Além do Rio, as desavenças entre os dois partidos se dão em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. No centro das divergências entre os partidos, está o anúncio do PSB na quarta-feira, 22, de que vai manter a candidatura de Molon ao Senado.

Há duas semanas, Molon e Freixo se desentenderam por causa da disputa pelo Senado. Freixo saiu em defesa de um acordo que teria sido firmado com o PT, estabelecendo que apenas Ceciliano concorreria ao Senado. Molon rebateu e disse que a aliança entre as duas legendas não passava por ele abrir mão de sua candidatura. Os ânimos só se acalmaram após a convenção estadual do PSB nesta semana, com o anúncio oficial dos dois para a disputa.

Ceciliano, Lula e Freixo; PT e PSB devem estar juntos na eleição no Rio Foto: RICARDO STUCKERT

Insatisfeita com o cenário, a Executiva Nacional do PT decidiu adiar a convenção estadual do PT no Rio para anunciar oficialmente apoio a Freixo. A medida, no entanto, segundo integrantes da legenda, serve apenas como recado de insatisfação. Não deve atrapalhar os planos da aliança nacional entre Lula e Geraldo Alckmin, vista como prioridade.

Publicidade

O rompimento entre PT e PSB no Rio é defendido por Quaquá. Dirigente do PT no Rio, ele afirmou na quinta-feira, 21, na convenção do PT nacional em São Paulo, que levaria um recurso à Executiva Nacional do partido. A reivindicação foi endossada pelo secretário nacional de Comunicação da legenda, Jilmar Tatto.

A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, diz que os ajustes com PSB serão feitos pelos diretórios nacionais. Disse também que pretende resolver esses impasses para fortalecer a coligação. No PSB, a defesa é de que Molon e Ceciliano disputem a eleição. Pesquisa Ipec divulgada nesta quinta-feira para a corrida ao Senado mostra o senador Romário (PL) liderando as intenções de voto, como 30%. Molon aparece com 9%, e Ceciliano tem 4%.

Para tentar resolver o impasse na aliança entre PT e PSB no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu reforçar o apoio à candidatura de Ceciliano ao Senado, em vídeo divulgado nesta sexta, 22. Na gravação, Lula diz ainda que é preciso escolher apenas um nome ao Senado, o de Ceciliano.