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Qual será o papel do coronel Mello Araújo na campanha de Ricardo Nunes?

Ex-Rota não deve ser figura constante em agendas públicas. Atuação se concentrará em temas com os quais ele tem afinidade, como esporte, segurança e austeridade fiscal

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Foto do author Bianca Gomes
Atualização:

Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para compor a chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição, o ex-comandante da Rota Ricardo de Mello Araújo (PL) deve ter um papel discreto na campanha do emedebista.

Segundo aliados de Nunes ouvidos pelo Estadão, até mesmo por não ser político, Mello Araújo não deverá participar da maioria das agendas de campanha do prefeito. Os compromissos públicos do ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) durante a disputa eleitoral ainda estão sendo planejados pela equipe de campanha, mas é certo que sua atuação se concentrará em três temas com os quais ele tem afinidade: esporte, segurança e austeridade fiscal. Além de eventos partidários, como foi o caso do lançamento da pré-candidatura de Zoe Martínez (PL) à Câmara Municipal de São Paulo na última sexta-feira, 12.

O diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo - CEAGESP, Coronel Mello Araújo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil  Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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Neste primeiro momento, não está no horizonte da campanha colocar o ex-Rota para cumprir uma agenda intensa de compromissos ao lado do prefeito. Nas próximas semanas, o bolsonarista vai atuar prioritariamente nos bastidores, se dedicando a construir o plano de governo da chapa nas áreas de segurança e esportes. Além de ter comandado a Rota, Mello Araújo é formado em Educação Física e tem pós-graduação em Fisiologia do Exercício pela Universidade de São Paulo (USP).

A segurança pública, em especial, é o tema em que Mello Araújo poderá ter mais protagonismo na disputa eleitoral. As duas primeiras agendas que ele esteve com Nunes tiveram relação com essa área: eles estiveram juntos na Corrida dos Bombeiros, realizada no Ipiranga, Zona Sul de São Paulo, e no evento de aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, no Parque do Ibirapuera.

Estrategistas de Ricardo Nunes entendem que o ex-Rota pode encampar um discurso “linha-dura” contra a criminalidade e ser uma espécie de contraponto ao pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos (PSOL-SP), que considera o tema um dos mais sensíveis para a sua campanha.

Segundo pesquisa Datafolha, a segurança é o principal problema da cidade de São Paulo para 23% da população. Numa tentativa de fazer frente à campanha do adversário, Boulos escalou o também ex-comandante da Rota Alexandre Gasparian para ajudar na construção do plano de governo de segurança, que é liderada por Benedito Mariano, ex-ouvidor das polícias do estado de São Paulo. O movimento foi visto por aliados do prefeito de São Paulo como uma resposta à indicação de Mello Araújo, o que o entorno de Boulos nega.

O ex-coronel da Rota foi alçado ao posto de pré-candidato a vice no mês passado, a contragosto do entorno do prefeito, numa tentativa de garantir o apoio de Jair Bolsonaro a Ricardo Nunes. Correligionários de Nunes viam Mello Araújo como um nome radical que poderia fortalecer a narrativa do PSOL de que o prefeito é o candidato de Bolsonaro na cidade.

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No entanto, estrategistas de Nunes avaliam que a indicação de Mello, apesar de não ter somado à campanha do prefeito, também não gerou impactos negativos nas pesquisas internas da campanha, tanto quantitativas quanto qualitativas. Além disso, a inclusão de Gasparian no plano de governo de Boulos ajudou a mitigar as preocupações relacionadas à presença de um ex-comandante da Rota na chapa.

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