Qual é o valor do Bolsa Atleta? Entenda o programa que auxilia atletas olímpicos

Programa do governo federal criado em 2004 concede bolsas a mais de nove mil atletas em seis categorias; os competidores beneficiados com maior valor são os que têm chance de pódio nas Olimpíadas e Paralimpíadas

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Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA – O programa Bolsa Atleta do governo federal concede auxílio financeiro a 241 dos 276 esportistas brasileiros que estão participando das Olimpíadas de Paris. O auxílio foi criado em 2004, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao parabenizar os medalhistas olímpicos, Lula tem mencionado a concessão da bolsa a atletas do País, como fez nesta sexta-feira, 2, com a judoca Beatriz Souza, que conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nesta edição dos Jogos.

Atletas brasileiros na abertura das Olimpíadas em Paris, na França Foto: Alexandre Loureiro/COB

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Mais de nove mil atletas são beneficiados pelo programa e recebem bolsas que variam de R$ 410 a R$ 16,6 mil. Segundo o Ministério do Esporte, o objetivo é garantir que os esportistas tenham condições de participar de competições nacionais e internacionais, além de subsidiar equipamentos necessários para os treinamentos.

Criado por um decreto de Lula em 2004, o programa passou a vigorar no ano seguinte. Dos dez atletas brasileiros que ganharam medalhas em Paris até esta sexta-feira, apenas um não é beneficiado pelo programa em 2024 – a judoca Larissa Pimenta não foi contemplada com o auxílio.

Nas redes sociais, o petista e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, estão associando as vitórias dos atletas à bolsa concedida pelo governo. Ao mesmo tempo, parlamentares da base governista criticam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por acabar com o Ministério do Esporte no governo dele. O Bolsa Atleta vigorou durante a gestão de Bolsonaro e beneficiou 79% dos esportistas brasileiros que foram para as Olimpíadas de Tóquio, em 2021.

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Quanto recebem os atletas brasileiros?

Os benefícios são divididos em seis categorias. Quem faz parte do “atleta base” ou do “atleta estudantil” recebe R$ 410 mensais. O “atleta nacional” ganha R$ 1.025 e o “atleta internacional”, R$ 3.437. O “atleta olímpico e paralímpico”, por sua vez, é subsidiado com R$ 3.437.

A categoria “atleta pódio” é a que recebe o maior benefício, agrupando atletas de alto rendimento que estão no topo dos rankings mundiais das modalidades esportivas. Os atletas desse nível recebem entre R$ 5.543 e R$ 16.629.

A judoca Bia Souza, que ganhou a primeira medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris, recebe o valor mais alto pelo governo federal. Também recebem o auxílio de R$ 16.629 os medalhistas Caio Bonfim, prata na marcha atlética, Rebeca Andrade, prata e bronze na ginástica artística, e Rayssa Leal, bronze no skate street feminino.

Bia Souza, medalhista de ouro no judô feminino, recebe R$ 16,6 mil do Bolsa Atleta Foto: Alexandre Loureiro/COB

Em 2012, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) assinou uma lei que permitiu que o beneficiário possa acumular o auxílio do governo com outras fontes de recursos. Ou seja, o atleta pode somar o dinheiro concedido pelo Bolsa Atleta com ganhos de patrocínios, por exemplo.

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Como são feitas as inscrições no programa?

Qualquer atleta maior de 14 anos pode ser contemplado pelo Bolsa Atleta. As inscrições são feitas pelo site do governo federal, e o interessado precisa estar vinculado a um clube desportivo e ser filiado à entidade administradora do esporte praticado em nível estadual e nacional.

O Ministério do Esporte também exige que o esportista comprove ter participado de competição oficial no ano anterior da requisição do subsídio.

Conquistada a bolsa, o valor é depositado mensalmente na conta do atleta na Caixa Econômica Federal. Ao término do pagamento da 12ª parcela, o esportista precisa apresentar uma prestação de contas ao governo federal.

A bolsa tem validade de um ano. Passado o prazo, o beneficiário precisa repetir os procedimentos exigidos pelo Ministério do Esporte para garantir novamente o subsídio. Não há limite para renovações.

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Grande parte dos medalhistas brasileiros são beneficiados pelo programa

Nas Olimpíadas de Tóquio, 19 das 21 medalhas foram conquistadas por atletas beneficiados pelo programa. As únicas exceções foram Rayssa Leal, que tinha apenas 13 anos quando conquistou a medalha de prata no skate street feminino e a equipe de futebol masculino, que não recebe o benefício.

Dos dez atletas brasileiros que conseguiram medalhas até esta sexta-feira, 2, apenas Larissa Pimenta não foi contemplada com o Bolsa Atleta em 2024. Larissa foi medalhista de bronze no judô, na categoria de lutadoras com menos de 52 quilos.

Bolsas receberam reajuste no mês passado

As bolsas concedidas pelo governo federal receberam o primeiro reajuste em 14 anos no mês passado. A partir de um decreto assinado pelo presidente Lula, os valores tiveram incremento de 10,86%.

Antes do reajuste, atletas de base e estudantis recebiam R$ 370. Os nacionais ganhavam R$ 925 e os internacionais R$ 2.051. O subsídios de esportistas olímpicos e paralímpicos era de R$ 3.100. Os integrantes da categoria pódio eram beneficiados com bolsas que variavam de R$ 5 mil a até R$ 15 mil mensais.

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