Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) receberam nos últimos dias acenos de siglas derrotadas na disputa ao Palácio dos Bandeirantes, conforme se desenrola a campanha do segundo turno. O ex-ministro, que larga à frente na corrida, já obteve aceno positivo de cinco diretórios estaduais de legendas; o ex-prefeito tem apoio de dois novos partidos.
Com mais de 9,8 milhões de votos, Tarcísio obteve 42,32% no primeiro turno. Já o petista, com 8,3 milhões de eleitores, 35,7%.
Fernando Haddad
O candidato petista ao governo de São Paulo recebeu apoio formal de duas siglas na corrida do segundo turno. Na quarta-feira, 5, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) declarou estar ao lado de Haddad. O anúncio foi feito pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Não está claro, porém, se Elvis Cezar, postulante derrotado da legenda, que obteve 1,21% dos votos, vai pedir votos para o petista.
Na quinta, 6, foi a vez do Solidariedade acenar ao petista.
A candidatura de Haddad é de uma coligação que, além do PT, reúne o PCdoB, PV, PSB, PSOL, Rede e Agir. Ainda no primeiro turno, a agora deputada federal Marina Silva (Rede) já havia declarado apoio ao petista. A chegada do Solidariedade reproduz a aliança nacional com Lula desde o primeiro turno, e o apoio do PDT também segue o movimento da disputa federal, com Ciro Gomes.
Tarcísio de Freitas
Enquanto o petista angariou aval de duas novas siglas na disputa do segundo turno, Tarcísio já reuniu quatro. Os diretórios estaduais do União Brasil, PP, MDB e Podemos declararam apoio ao candidato de Jair Bolsonaro. Uma ala do PSDB também apoia Tarcísio, mas o apoio formal do diretório ainda não ocorreu,
Talvez uma das grandes surpresas desta segunda fase da disputa ao Palácio do Planalto tenha sido o apoio do atual governador e candidato derrotado do PSDB, Rodrigo Garcia. Após inúmeras farpas trocadas durante a campanha de primeiro turno, o tucano disse enxergar no ex-ministro da Infraestrutura “não só um bom trabalho, mas condição de evitar que PT ganhe em São Paulo”.
Garcia, inclusive, havia declarado que “é difícil alguém que chega agora interpretar bem a alma de São Paulo”. E por diversas vezes, sustentou que as obras citadas pelos adversários na campanha eram de “papel”. Nessa mesma linha, o próprio Tarcísio, durante as negociações com o governador, disse que não esperava tê-lo em seu palanque.
Tarcísio afirmou que não via sentido ter Garcia em seu palanque, e que o apoio é programático. “As estruturas que estavam mobilizadas vão trabalhar agora em nosso favor”, disse. “Tenho que deixar claro que há uma mudança. A mudança não significa desconstrução, porque as boas políticas públicas que já estão incorporadas e fazem parte do dia-a-dia paulista têm que ser preservadas”, defendeu.
Depois de Garcia, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, declararam apoio à candidatura de Tarcísio. Outro derrotado no primeiro turno, Vinicius Poit, do Novo, também declarou voto no candidato do Republicanos.
O senador José Serra (PSDB) disse apoiar Tarcísio na disputa paulista e Lula na presidencial. Existe ainda a expectativa de que o ex-presidente Michel Temer declare voto no ex-ministro, embora tenha divulgado nota “neutra” na corrida federal.
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