Quem é o candidato Guilherme Boulos que vai apoiar Ricardo Nunes nas eleições de 2024

Homônimo do psolista, empresário de 44 anos vai disputar o cargo de vereador na cidade de São Paulo; candidatura dele é contestada justamente pelo nome de urna

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Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA - Morador da Chácara Santo Antônio, bairro nobre de São Paulo, o empresário Guilherme Boulos (Solidariedade), de 44 anos, tenta se eleger vereador da capital paulista pela primeira vez. Apesar de ter o mesmo nome do candidato a prefeito Guilherme Boulos (PSOL), não vai apoiar o xará nas eleições de outubro. O empresário declarou voto no prefeito Ricardo Nunes (MDB), principal rival do concorrente do PSOL na disputa.

O candidato a vereador de São Paulo Guilherme Boulos (Solidariedade) Foto: Divulgação/Solidariedade

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No registro no cartório, o primeiro sobrenome difere os dois. O candidato a vereador se chama Guilherme Bardauil Boulos. Já o postulante à Prefeitura é Guilherme Castro Boulos. O primeiro nasceu em 18 de junho de 1980 e o segundo, em 19 de junho de 1982. Os dois cresceram em bairros da zona oeste da capital paulista: o do Solidariedade, no Morumbi, e o do PSOL, em Pinheiros.

Enquanto o candidato a prefeito cursou Filosofia e Psicologia Clínica na Universidade de São Paulo (USP), o postulante à Câmara Municipal de São Paulo se graduou em Propaganda e Marketing e Administração de Empresas pela Universidade Paulista (Unip).

O candidato Boulos, do PSOL, foi professor da rede pública de ensino, até que se elegeu deputado federal em 2022, no terceiro pleito que disputou. Já o xará do Solidariedade construiu uma carreira empresarial no setor de transporte executivo e vai enfrentar as urnas pela primeira vez.

Outra diferença entre os dois está no patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O candidato a prefeito declarou ter R$ 199.596,87 em bens. Já o do Solidariedade, por sua vez, informou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 1.269.752,43.

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Candidatura contestada

Neste ano, os dois estão registrados na Justiça Eleitoral com o mesmo nome de urna. Ao Estadão, o candidato a vereador afirmou que escolheu o sobrenome porque sempre foi chamado de Guilherme Boulos. Ele afirmou não conhecer pessoalmente o xará, também disse não saber se eles têm algum grau de parentesco.

“Eu sou conhecido desde criança como Guilherme Boulos. Nos colégios e tudo me chamavam de Boulos, e também em todos os lugares que eu frequento. Talvez ele (o candidato a prefeito) seja um primo distante”, afirmou.

O registro de candidatura de Guilherme Castro Boulos (PSOL) e de Guilherme Bardauil Boulos (Solidariedade) Foto: Reprodução/TSE

No dia 9 de agosto, o procurador eleitoral Joel Bortolon Junior, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, contestou a candidatura do empresário por utilizar o mesmo nome de urna do deputado do PSOL. Segundo o magistrado, a semelhança “tem o potencial de induzir o eleitorado a erro ou causar confusão, comprometendo a regularidade e a transparência do processo eleitoral”.

O promotor citou ainda que o candidato do Solidariedade não está quite com a Justiça Eleitoral, “tendo em vista a ausência de comprovação de regularização de suas obrigações eleitorais, especialmente a falta às urnas em pleitos anteriores”.

O processo de impugnação continua em tramitação. Nesta terça-feira, 20, a Justiça Eleitoral deu sete dias para que a defesa de Bardauil Boulos se posicione sobre as acusações. Após essa fase, a anulação da candidatura será julgada.

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Ao Estadão, o candidato do Solidariedade afirmou que os advogados estão trabalhando para impedir que a candidatura dele seja barrada e que tem o direito de utilizar nas urnas o nome que preferir. Ele disse também que, ao escolher o sobrenome Boulos, não teve a intenção de prejudicar a transparência eleitoral.

“Eu sou mais velho do que o outro candidato e sou conhecido desde criança como Guilherme Boulos. Eu, como cidadão brasileiro, nascido e criado em São Paulo, tenho o direito a concorrer com o meu nome. Nunca tive a intenção de criar nenhum tipo de confusão entre os eleitores da minha cidade, principalmente porque estamos concorrendo a cargos distintos”, afirmou.

Bardauil Boulos também disse não ter débitos com a Justiça Eleitoral. O candidato do Solidariedade enviou à reportagem a documentação mostrando que não possui pendências.

O Estadão procurou o candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos, mas não obteve retorno.

Apoio a Ricardo Nunes

Assim como o Solidariedade, Bardauil Boulos vai apoiar Ricardo Nunes. Ao Estadão, ele distribuiu afagos ao emedebista e o classificou como “trabalhador incansável”. O candidato a vereador já divulga um “santinho” nas redes sociais com a imagem e o número de urna dos dois.

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Apadrinhado pelo ex-deputado federal e fundador do Solidariedade Paulinho da Força, Guilherme Bardauil Boulos aposta em temas voltados para a mobilidade urbana para conseguir uma das 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo. “É um sonho que eu sempre tive. Mas, devido ao trabalho, nunca tinha dado certo”, afirmou.