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Quem é Guilherme Boulos, candidato a prefeito de São Paulo nas eleições 2024?

Guilherme Boulos é professor e ex-líder do MTST; conheça mais sobre o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo

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Foto do author Juliano  Galisi
Atualização:

O deputado federal Guilherme Boulos é o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), Boulos é professor e ganhou projeção política ao atuar como coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Será a terceira vez dele em uma disputa a um cargo do Executivo. A estreia foi em 2018, quando tentou a Presidência. Obteve 617.122 votos, ficando em 10º lugar entre os 13 candidatos do pleito. Em 2020, se candidatou a prefeito em chapa com Luiza Erundina, recebendo 40,62% dos votos válidos no segundo turno contra Bruno Covas, do PSDB, que tinha Ricardo Nunes (MDB) como vice.

Guilherme Boulos discursa durante convenção do PSOL Foto: Felipe Rau/Estadão

Qual é a idade de Guilherme Boulos?

O candidato a prefeito pelo PSOL tem 42 anos. Ele nasceu em São Paulo em 19 de junho de 1982.

Onde mora o candidato Boulos?

Boulos mora em Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. Desde 2009, Boulos é casado com Natalia Szermeta. O casal tem duas filhas, Sofia e Laura

Guilherme Boulos ocupa algum cargo público hoje?

Guilherme Boulos é deputado federal pelo PSOL. Ele foi eleito para o cargo em 2022, com 1.001.472 votos, a maior votação entre candidatos paulistas. Entre candidatos de todo o País, ele obteve a segunda maior votação.

Quais cargos públicos Boulos já ocupou?

Além da função de deputado federal, Boulos nunca ocupou um cargo público. Antes de ser membro do Congresso, foi candidato à Presidência, em 2018, e à Prefeitura de São Paulo, em 2020.

Qual é o salário do Boulos?

O salário de um deputado federal é de R$ 44.008,52. Este é o valor bruto, sobre o qual incidem Imposto de Renda e contribuição previdenciária. Após os descontos, o rendimento líquido de Boulos, em julho, foi de R$ 32.299,67.

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Qual é o patrimônio declarado por Guilherme Boulos?

O candidato do PSOL declarou um patrimônio de R$ 199.596,87 ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O bem de maior valor de Boulos é sua residência, avaliada em R$ 171.758,00.

O patrimônio declarado do candidato também conta com o seu “Celtinha”, o apelido que o próprio Boulos dá ao seu Celta ano 2010. O veículo, declarado com o valor de R$ 15.146,00, viralizou durante a campanha de Boulos à Prefeitura de São Paulo em 2020.

Boulos e o ‘Celtinha’

Também chamado de “famoso Celtinha prata”, o carro popular de Boulos se tornou símbolo político e, em 2020, foi um dos motes da campanha do candidato do PSOL na disputa pela Prefeitura da capital paulista.

Como forma de reforçar uma imagem de humilde, o “Celtinha” virou jingle e apareceu em propagandas na internet e na televisão.

Quem é vice da chapa de Guilherme Boulos?

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A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy é a vice na chapa de Boulos. Além de já ter comandado a capital paulista entre 2001 e 2004, Marta também é ex-ministra de Estado. De 2007 a 2008, esteve à frente da pasta de Turismo e, de 2012 a 2014, foi ministra da Cultura.

Entre os feitos da sua gestão na Prefeitura, estão as criações do Bilhete Único e dos CEUs. As medidas permanecem em vigor até hoje. Em 2010, foi eleita senadora e, em 2015, rompeu com o PT, sigla a qual esteve filiada por mais de três décadas, e votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).

No início de 2024, com a mediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marta se reaproximou do PT, retornou à sigla e foi indicada como vice de Boulos.

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Quem está apoiando Boulos?

Boulos é o candidato de Lula para a Prefeitura de São Paulo. O deputado federal é apoiado por um arco de oito partidos. Integram a coligação, por adesão automática, a Rede, que é federada ao PSOL, e PCdoB e PV, federados ao PT. Boulos obteve o apoio do Partido Democrático Trabalhista (PDT), do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido da Mulher Brasileira (PMB).

Quais são os projetos do Boulos?

O Estadão questionou a campanha de Guilherme Boulos para a produção da Agenda SP, conjunto de reportagens sobre os principais temas do cotidiano da capital paulista, sobre as propostas para a cidade.

Para a questão ambiental, Boulos planeja ampliar as áreas permeáveis da cidade, de forma a prevenir enchentes, além de criar ações de prevenção em áreas de risco. Se eleito, o candidato do PSOL pretende universalizar a coleta seletiva de resíduos e criar mais corredores verdes, medidas que visam reduzir a intensidade do fenômeno conhecido como ilhas de calor.

Para estimular a economia da cidade, Boulos sugere a criação de polos tecnológicos, por meio de parcerias com universidades. O candidato também disse que pretende fortalecer o Conselho Municipal de Turismo. Quanto à tarifa zero nos ônibus municipais, Boulos afirma que, se eleito, ampliará a gratuidade, em vigor aos domingos.

Sobre segurança pública, o plano de governo do candidato do PSOL inclui a promessa de dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana e reforçar a ronda escolar. Boulos também sugere o “policiamento de proximidade”, por meio do qual a GCM estará presente nos locais com mais incidência de crimes.

O candidato pelo PSOL pretende requalificar a região central com ações de zeladoria, limpeza pública, iluminação, mobiliário urbano e inclusão de áreas verdes. E para melhorar a densidade de ocupação da área, Boulos aposta em programas de retrofit de prédios públicos abandonados com destinação de imóveis reformados, através do Programa Meu Primeiro Escritório, com salas comerciais voltadas para jovens recém-formados e Serviço Social de Moradia.

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O que o partido PSOL defende?

O Partido Socialismo e Liberdade foi fundado em 2005 por uma ala do PT descontente com os posicionamentos da sigla e do presidente Lula, que estava em seu primeiro mandato à frente do Executivo federal.

No programa do PSOL, o partido propõe “refundar a ideia” do “socialismo no imaginário de milhões de homens e mulheres”. A sigla reconhece e rejeita as experiências totalitárias do socialismo no século passado, mas também rechaça a social-democracia, a qual, segundo o programa do partido, foi uma “capitulação”. O PSOL defende que “o socialismo é indissociável da democracia e da liberdade, da mais ampla liberdade de expressão e organização”.

André Janones e ‘rachadinha’

Durante o debate organizado pela Band entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) se dirigiu a Guilherme Boulos e o acusou de “instituir a legalização da ‘rachadinha’”. O prefeito se referia ao parecer de Boulos no Conselho de Ética da Câmara, que impediu o processo de cassação do deputado federal André Janones (Avante-MG) por possível prática de “rachadinha”

“Rachadinha” é um tipo de desvio de dinheiro público. A verba para o pagamento dos salários dos assessores de políticos provém dos cofres públicos. No esquema de “rachadinha”, o servidor é cooptado para repassar uma parte de seu salário de volta ao político que o contratou. O repasse pode ser feito por meio de transferências bancárias ou pelo pagamento de despesas pessoais do político.

Em novembro de 2023, veio à tona um áudio de André Janones datado de fevereiro de 2019. Na gravação, o então deputado federal diz ao seu gabinete que alguns funcionários estavam prestes a “receber um pouco de salário”. Esses servidores, por sua vez, o “ajudariam” a pagar dívidas de uma campanha a prefeito. Janones nega que tenha orientado o estorno dos vencimentos.

Para o deputado do PSOL, designado relator do caso, a possível prática de “rachadinha” já está sendo apurada pelo Judiciário, a quem compete a conclusão do inquérito. Boulos argumentou que Janones não incorreu em “quebra de decoro parlamentar”, pois a gravação de áudio é datada de um período em que o mineiro ainda não tinha assumido o mandato.

O áudio atribuído a André Janones, no entanto, é de 5 de fevereiro de 2023, quatro dias depois de 1º de fevereiro, dia da posse dos deputados federais. Além disso, a sessão inaugural do Congresso havia sido realizada na véspera da gravação, no dia 4.

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