Seis candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram nesta quarta-feira, 14, de um debate promovido pelo Estadão, pelo portal Terra e pela FAAP. Em meio a algumas propostas colocadas nos blocos temáticos propostos pela organização, houve embates mais ásperos, discussões e até xingamentos. Mas, afinal, com cada candidato tentando colocar sua estratégia em prática, quem venceu o debate, o segundo entre os postulantes nessa disputa eleitoral? Veja a análise dos colunistas do Estadão:
Navegue neste conteúdo
Eliane Cantanhêde: Debate teve guerra de personalidades e Tabata segue o rumo de Simone Tebet em 2022
Foram quatro à direita contra um à esquerda, com Tabata Amaral (PSB) ao centro, repetindo na campanha municipal a trajetória e a estratégia de Simone Tebet (MDB) na presidencial de 2022: fazer-se conhecida, criar uma marca de seriedade e disciplina e se preparar para o futuro. Foi a que mais apresentou propostas e mais se mostrou mais bem informada sobre necessidades de São Paulo.
De um lado, Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo) com um discurso e propostas mais identificadas com o ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive numa questão central de Norte a Sul nestas eleições: a segurança pública. De outro, Guilherme Boulos (PSOL), candidato do presidente Lula e do PT, com Tabata correndo por fora.
Ricardo Corrêa: Tabata e Nunes têm linha propositiva, e Boulos aceita briga que Marçal propôs para viralizar
A maior parte dos candidatos à Prefeitura de São Paulo conseguiu encaixar perfeitamente a estratégia proposta para o debate realizado pelo Estadão, pelo Terrra e pela FAAP. Diferente entre eles, é verdade. Enquanto Tabata Amaral tentou enfatizar que tem uma linha mais propositiva e Ricardo Nunes buscou demonstrar serenidade, Pablo Marçal repetiu o objetivo de viralizar com brigas e teatralidade. Guilherme Boulos aceitou esse convite para a briga, mas tentando deixar a postura mais ácida apenas para o embate com o nome do PRTB. Marina Helena se aprofundou na busca por se colocar como única candidata da direita, enquanto José Luiz Datena ficou mais uma vez apagado, com dificuldades para dosar o tempo e se sobressair em meio aos colegas. Ele nem brigou, nem conseguiu encaixar propostas.
Fabiano Lana: Cada candidato quis criar seu próprio personagem, mas vai ficar a baixaria
Com seus mais de 12 milhões de habitantes, São Paulo é uma cidade indecifrável. Uma capital mundial com sua combinação de opulência, miséria, concreto, asfalto, tráfego e tráfico. À diferença de uma cidade múltipla e enigmática, os candidatos à prefeitura que se apresentaram hoje em debate promovido pelo Estado de S. Paulo em parceria com o portal Terra e a Fundação Armando Alvares Penteado quiseram se mostrar em figurinos bem específicos, fechados, para serem identificados pelo eleitor. Entre momentos muito baixos, de brigas de bar, saiba o que ficou de cada candidato.
Diogo Schelp: ‘Babaca de internet’: para evitar armadilha dos cortes, candidatos deixam perguntas sem resposta
Durante o debate dos pré-candidatos à prefeitura de São Paulo desta quarta-feira, dia 14, Guilherme Boulos (PSOL) aproveitou um direito de resposta que lhe foi concedido para dizer que São Paulo precisava de um prefeito, não de um “babaca de internet”, referindo-se a Pablo Marçal (PRTB). Os dois adversários protagonizaram alguns dos momentos mais tensos do debate, que foi marcado por um jogo de esquivas calculado para não fornecer material para os cortes de internet, ou seja, edições em vídeos curtos que tiram as falas de contexto e servem ao propósito da lacração nas redes sociais.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.