Conhecido por defender políticos, grandes empreiteiras e banqueiros, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, criticou neste domingo, 16, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do qual é aliado.
Em uma carta aberta enviada a ministros e pessoas próximas ao presidente, Kakay disse que Lula “não faz política” em seu terceiro mandato presidencial, afirmando ainda que o petista segue “isolado” e “capturado”.

Kakay é aliado do presidente e um dos membros do Prerrogativas, grupo progressista formado por juristas, advogados e acadêmicos de Direito. Como mostrou o Estadão, ao menos 28 pessoas ligadas ao grupo foram nomeadas a altos cargos do Executivo e do Judiciário no governo do petista.
A proximidade com o governo também se dá em outras frentes. A diplomação de Lula para seu terceiro mandato, agora criticado por Kakay, foi comemorada em dezembro de 2022 na casa do advogado no Lago Sul, em Brasília, a pedido do próprio presidente. No primeiro mandato, em 2002, a celebração ocorreu no restaurante Piantella, do qual Kakay era dono.
Em mais de 30 anos de carreira, o criminalista de 67 anos já defendeu ex-presidentes da República, como José Sarney e Itamar Franco, atuou em casos envolvendo o mensalão e a Operação Lava Jato, e fez a defesa de ministros e parlamentares.
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Em 2016, tentou reverter o cumprimento de ordem de prisão após julgamento em segunda instância, representando o Partido Ecológico Nacional (PEN), por meio de uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Cerca de dois anos depois, em 2018, o advogado entrou com uma liminar pedindo urgência na apreciação do tema, mas o partido mudou de ideia e destituiu Kakay do caso. Na época, Lula estava preso em Curitiba, e a ação poderia favorecê-lo. Foi por isso que o presidente do PEN, Adilson Barroso, pediu a retirada da ação no Tribunal, afirmando que, por ser “de direita”, não queria favorecer o então ex-presidente condenado pela Lava Jato.