Quem são os foragidos do 8 de janeiro na operação lesa pátria? Veja lista

Polícia Federal realiza operação para capturar 208 foragidos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro; saiba quem são os sete fugitivos que quebraram tornozeleiras eletrônicas e foram para Argentina e Uruguai

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Foto do author Karina Ferreira
Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

A Polícia Federal (PF) já capturou até o início da tarde desta quinta-feira, 6, 48 dos 208 foragidos por envolvimento nos atos golpistas de 8 de Janeiro. As diligências fazem parte da Operação Lesa Pátria, que foi às ruas em 18 estados e no Distrito Federal cumprindo mandados de prisão preventiva.

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A PF informou que não divulga a lista de foragidos, porém, a identidade de pelo menos 10 bolsonaristas fugitivos ficou conhecida após eles terem quebrado as tornozeleiras eletrônicas e saído do País. A PF não informa se eles estão entre os procurados nesta quinta, mesmo que nos últimos endereços informados à Justiça.

Os alvos que ainda são investigados – estão respondendo ao processo no Supremo Tribunal Federal (STF) – e descumpriram medidas cautelares não são considerados foragidos. Tecnicamente, uma pessoa é considerada foragida a partir do momento em que há um mandado de prisão contra ela e a mesma não se apresenta à Justiça ou não é encontrada.

É o caso de pelo menos 7 bolsonaristas, que foram condenados a mais de 10 anos de prisão pelo STF, que quebraram as tornozeleiras que faziam o monitoramento eletrônico, impostas como medida cautelar pelo ministro Alexandre de Moraes. Os fugitivos foram para a Argentina e o Uruguai, utilizando as fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As informações foram divulgadas em maio pelo portal UOL. Saiba quem são eles:

Ângelo Sotero

O músico Ângelo Sotero, de 59 anos, é morador de Blumenau (SC) e foi condenado pelo STF a 15 anos e seis meses de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e associação criminosa em novembro do ano passado.

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Ele foi preso enquanto invadia o Palácio do Planalto, mas foi solto em agosto do ano passado, mediante uso de tornozeleira eletrônica. Há cerca de dois meses, ele quebrou o equipamento e fugiu para a Argentina, utilizando a fronteira de Dionísio Cerqueira, município de Santa Catarina.

Ao Estadão, o advogado de Ângelo, Hemerson Barbosa, disse que não tem conhecimento do paradeiro do músico.

Gilberto Ackermann

Outro catarinense que fugiu do território brasileiro é o corretor de seguros Gilberto Ackermann, de 50 anos, que residia em Balneário Camboriú e foi condenado a 16 anos e seis meses de prisão em outubro do ano passado. A Corte considerou que fotos e mensagens recuperadas no celular dele mostram o corretor na linha de frente das invasões.

Em 25 de abril, a 1º Vara Criminal de Camboriú ordenou que o STF fosse comunicado “com urgência” de que a sua tornozeleira parou de funcionar. A informação chegou na Corte apenas no dia 29, em um malote digital.

Ao Estadão, a defesa de Ackermann disse que não sabe do paradeiro do cliente e que o catarinense entrou no Palácio do Planalto na invasão golpista, mas não “quebrou nada”.

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“É uma condenação totalmente injusta. Ele é um preso político, ele não fez nada. Esses processos são uma aberração jurídica. As provas do processo não foram analisadas, pelo contrário, o que foi analisado foi em desfavor do meu cliente. Ele é uma pessoa correta, uma pessoa de princípios. Quando ele me falou que não quebrou nada, eu acredito”, afirmou.

Raquel de Souza Lopes

Moradora de Joinville (SC), Raquel de Souza Lopes também fugiu para o território argentino em abril. Como Ackermann, ela foi condenada a 16 anos e seis meses de prisão em outubro.

A Polícia Federal encontrou no celular de Raquel diversas fotos e filmagens dentro do Palácio do Planalto, durante os atos golpistas. Em um dos vídeos, ela comemora o que achava que foi a chegada das Forças Armadas para concretizar o golpe de Estado.

Ao Estadão, a advogada Shanisys Massuqueto, que representa Raquel, se negou a falar sobre o paradeiro da cliente. “O nosso escritório não está falando com os jornais sobre esse caso”, afirmou a defensora.

Alethea Verusca Soares

Moradora de São José dos Campos (SP), a cabelereira Alethea Verusca Soares, de 49 anos, foi condenada a 16 anos e seis meses de prisão por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, golpe de Estado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa.

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Em depoimento ao STF, ela afirmou que esteve em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023 para conseguir “mais transparência acerca de como ocorreram as votações e segurança das urnas eletrônicas”. Ela foi presa durante os ataques, mas foi solta em agosto do ano passado por ordem de Moraes.

Em janeiro, ela fugiu para o Uruguai utilizando a fronteira terrestre do município gaúcho de Santana do Livramento. Segundo o UOL, ela deixou o território uruguaio e foi para a Argentina em abril.

O Estadão entrou em contato com a defesa de Arethea Verusca Soares, mas não obteve retorno.

Até agora, as investigações da Operação Lesa Pátria apontam para uma rede de apoio, inclusive financeiro, de empresários, fazendeiros, influenciadores e políticos, que possibilitaram a ida de vândalos para Brasília, além da conivência de policiais militares durante a invasão às sedes dos Três Poderes. Foto: Wilton Junior/Estadão

Rosana Maciel Gomes

A moradora de Goiânia (GO), de 50 anos, foi condenada a 13 anos e seis meses de prisão em novembro do ano passado. No celular dela, os investigadores encontraram mensagens voltadas para “efetivar a ação antidemocrática, interromper o Estado Democrático de Direito e prevalecer o golpe de Estado com intervenção militar”.

Ela está foragida desde 15 de janeiro. Assim como Alethea, ela foi para o Uruguai utilizando a fronteira de Santana do Livramento e ingressou na Argentina em abril. Por conta da fuga, o STF confiscou suas contas bancárias.

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O Estadão não obteve retorno da defesa de Rosana.

Jupira Silvana da Cruz Rodrigues

Em outubro, Jupira Silvana da Cruz Rodrigues foi condenada a 14 anos de prisão pelo STF por golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa.

Moradora de Betim (MG), ela também fugiu para o Uruguai utilizando a mesma fronteira, de Santana do Livramento, em janeiro deste ano. Em depoimento, admitiu ter entrado no Palácio do Planalto, mas negou ter quebrado vidros e mobílias do prédio.

O Estadão entrou em contato com a defesa dela, mas não obteve retorno.

Fátima Aparecida Pleti

A empresária de Bauru (SP) Fátima Aparecida Pleti Foto: @fatimapleti via Facebook

A empresária de Bauru (SP) Fátima Aparecida Pleti, de 61 anos, foi a que teve a condenação mais recente. Em abril, foi condenada pelo STF a 17 anos de prisão por participar do vandalismo em Brasília.

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Em 2022, ela trabalhou na campanha do candidato a deputado estadual Luiz Carlos Valle (PL-SP), que não se elegeu. Segundo a prestação de contas de Valle ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fátima recebeu R$ 2 mil pelos serviços.

No dia 26 de março, enquanto ainda estava sendo julgada, ela quebrou a tornozeleira eletrônica. Segundo o UOL, a autoridade penitenciária do governo de São Paulo só informou o STF duas semanas depois.

O Estadão entrou em contato com a defesa de Fátima, mas não obteve retorno.

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