Quais são os membros da família real brasileira e o papel deles hoje no Brasil? Entenda

Herdeiros de Dom Pedro I mantiveram costumes e esperança monarquista em Petrópolis e Vassouras, no Rio de Janeiro

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Foto do author Rayanderson Guerra

RIO – O Brasil não possui oficialmente uma família real desde que a República foi proclamada, em 1889. A esperança de retorno da monarquia brasileira, no entanto, ainda vive entre os herdeiros de Dom Pedro I, o primeiro imperador do País. A família Orleans e Bragança, descendentes da realeza portuguesa, mantém os costumes conservadores e se autointitula com títulos de nobreza, o que, na prática, não tem validade jurídica.

A família imperial mantém raízes no Rio de Janeiro, uma parte em Petrópolis, na serra fluminense, e outra em Vassouras. Um de seus integrantes, Dom Antonio de Orleans e Bragança, morreu, aos 74 anos, nesta sexta-feira, 8, e a notícia de sua morte reacendeu o interesse pela linha sucessória dos herdeiros de Dom Pedro I no Brasil.

Dom Antonio de Orleans e Bragança. faleceu nesta sexta-feira,8 Foto: Divulgação/Casa Imperial

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Bisneto da Princesa Isabel e trineto de Dom Pedro II, Antonio de Orleans e Bragança era o terceiro na linha sucessória. Ele sucedeu Dom Bertrand, chefe da Casa Imperial. O próximo na linha sucessória é Dom Rafael, de 38 anos. Dom Antonio, que era formado em engenharia civil e trabalhou em empresas multinacionais da área, estava aposentado. Ele também pintava quadros em aquarela e teve algumas de suas obras expostas.

Defensor da volta da monarquia no Brasil, ele viajava pelo País participando de “Encontros Monárquicos”, onde palestrava sobre o tema. Dom Antonio é irmão de Dom Bertrand e Dom Luiz, falecido em 2022.

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Quem são os herdeiros da família imperial brasileira?

Dom Rafael

Dom Rafael nasceu no dia 24 de abril de 1986, no Rio de Janeiro, e é o terceiro dos quatro filhos de Dom Antonio de Orleans e Bragança, e de sua esposa, Christine de Ligne de Orleans e Bragança.

Formado em Engenharia de Produção na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 2010, Rafael é sócio de uma empresa de consultoria com escritórios em Londres e Nova York.

Dona Maria Gabriela

Filha mais nova de Dom Antonio, Maria Gabriela nasceu em Petrópolis e é trineta da Princesa Isabel, por parte do pai, e bisneta de Carlota, grã-duquesa de Luxemburgo. Atualmente, ocupa a quarta posição na linha de sucessão da família imperial.

É formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atualmente vive em Bruxelas, na Bélgica, onde trabalha na área de publicidade.

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Dona Eleonora

Dona Eleonora Maria Josefa Rosa Philippa Michaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Orleans e Bragança de Ligne é a quinta na linha de sucessão da família imperial.

Nasceu no dia 20 de maio de 1953, em Jacarezinho, no norte do Paraná, e é a oitava dos 12 filhos de Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, ex-chefe da Casa Imperial.

Em 1965, parte da família imperial se mudou para Vassouras, antigo polo cafeeiro do Império. Em 1978, Eleonora concluiu o curso de Licenciatura em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e chegou a trabalhar na Secretaria de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro.

Dom Henri

Henri Antoine Gabriël Wauthier Marie Lamoral de Ligne é o sétimo na linha de sucessão ao trono da Família Imperial. Nascido em 1º de março de 1989, em Bruxelas, Bélgica, ele é o segundo filho de Michel, 14º Príncipe de Ligne, e de Dona Eleonora de Orleans e Bragança. Registrado no Consulado-Geral do Brasil em Bruxelas, possui dupla nacionalidade, brasileira e belga.

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Os títulos de nobreza foram extintos no Brasil por conta de um decreto de 1890. O decreto chegou a ser derrubado pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1991, mas, na prática, eles continuam sem qualquer valor legal.

Apesar de perderem o status de realeza, os herdeiros do trono brasileiro mantiveram alguns privilégios, como o laudêmio, um valor imobiliário recebido pelos integrantes da família imperial. Os descendentes do imperador recebem um valor que constitui um percentual de 2,5% sobre o valor das transações imobiliárias no município de Petrópolis.

O laudêmio não é um imposto ou taxa. Ou seja, não diz respeito ao direito público, mas ao direito privado. Sua cobrança decorre da forma como é estruturada, juridicamente, a propriedade imobiliária em Petrópolis; ele é pago à Companhia Imobiliária de Petrópolis, gerida por descendentes de Dom Pedro I.

Os “donos” de imóveis na cidade fluminense, na realidade, não são proprietários, mas enfiteutas ou foreiros, que têm o “domínio útil” do bem, mas não o direito de propriedade. Isso significa que podem usufruir e transferir seus imóveis quase como se fossem proprietários, reservadas algumas prerrogativas, bastante limitadas, para o titular do “senhorio direto”.

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