A corrida pela sucessão à Prefeitura de São Paulo em 2024 já começou. Como mostrou o Estadão, na ala à direita, há uma disputa pelo apoio de Jair Bolsonaro (PL), que já deixou à deriva seu ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Na outra ponta, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) é o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O cenário eleitoral, porém, tem mais do que dois lados e contempla outros protagonistas.
Deputado federal eleito pelo PL em São Paulo, Salles manifestou publicamente seu interesse em ser prefeito no mês passado, mas o voo foi breve. Em 10 de maio, disse que era o escolhido do ex-presidente. Menos de 30 dias depois, nesta segunda-feira, 5, ele confirmou que desistiu do pleito. “Centrão venceu e a direita perdeu”, afirmou em entrevista ao Estadão.
Bolsonaro tem se aproximado do atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), com quem teve ao menos dois encontros recentes e compartilhou agendas. O primeiro foi no dia 12 de maio e o segundo na última sexta, 3. Os dois estiveram juntos na formatura dos cadetes do Exército, ao lado do atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), depois participaram de um almoço.
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Em jogo casado com Bolsonaro, enquanto tenta atrair Nunes para que se filie ao PL e dispute a reeleição pelo partido, o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, mantém no páreo o ex-ministro e agora senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Os dois têm cumprido agendas juntos pelo Estado, e o dirigente acredita que, ao contrário de Salles, ele pode ser um nome mais palatável ao eleitor paulistano no caso de as negociações com o atual prefeito não avançarem.
Outros nomes têm se aglutinado em torno de Nunes. Gilberto Kassab, presidente do PSD, e Ciro Nogueira, senador e presidente do PP, já sinalizaram que suas siglas devem apoiar a reeleição do prefeito.
O momento ainda é de disputa interna e de negociações nas siglas para emplacar nomes; as convenções partidárias, que formalizam os candidatos, só ocorrem em meados do ano que vem. Uma dessas movimentações envolve a deputada Tabata Amaral (PSB-SP). A cúpula do PSDB, presidido por Eduardo Leite, tenta trazer a parlamentar para que ela seja o nome do partido na corrida.
Veja a seguir quem são os principais nomes cotados para disputar a prefeitura de São Paulo em 2024
Guilherme Boulos
Deputado federal pelo PSOL em São Paulo, Guilherme Boulos já se apresenta como pré-candidato a prefeito. Ele é professor e começou na política atuando no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) - uma variante do MST nos espaços urbanos -, grupo do qual é coordenador nacional. O deputado conta com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva para a disputa de 2024. Embora ele tenha a bênção de Lula, integrantes do PT ainda não se deram por vencidos em ter um petista na cabeça de chapa. Uma parte do partido quer filiá-lo ao PT, outra simplesmente não descarta buscar outro nome para a largada.
Nas eleições passadas, Boulos chegou a ir para o segundo turno com Bruno Covas, mas foi derrotado. Ele recebeu 40,62% dos votos, enquanto seu opositor - com Nunes como vice - teve 59,38%. Saiba mais sobre o deputado.
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Tabata Amaral
Único nome feminino mencionado nas articulações, Tabata Amaral é formada em ciência política e astrofísica e está no seu segundo mandato como deputada federal. Ela já foi filiada ao PDT de Ciro Gomes, sigla da qual foi suspensa por ter votado a favor da Reforma da Previdência de Jair Bolsonaro. Ela migrou para o PSB e conseguiu manter o mandato por força de decisão do Tribunal Superior Eleitoral.
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Tabata ficou bastante conhecida depois de confrontar o então ministro da Educação, Ricardo Vélez, em 2019. “Em um trimestre, não é possível que o senhor apresente um Power Point com três desejos para cada área da Educação. Cadê os projetos? Cadê as metas? Espero que o senhor mude de atitude ou saia do cargo”, desafiou a deputada. Na época, o presidente do PDT, Carlos Lupi, chegou a lançá-la como pré-candidata a prefeita de São Paulo. Saiba mais sobre ela.
“Me sinto honrada em estar entre os possíveis nomes da disputa, afinal, melhorar a vida da periferia de São Paulo é a razão da minha atuação na política, mas esse é o momento de focar em trabalho e não em eleição”, disse a deputada ao Estadão. Ela é presidente da bancada da Educação, uma das bandeiras do seu mandato.
Ricardo Nunes
O atual prefeito de São Paulo era vice de Bruno Covas, que faleceu em meio de 2021 devido a um câncer. Ele já havia sido vereador quando Fernando Haddad (PT) foi prefeito. O emedebista, hoje na mira do PL de Bolsonaro, ficou conhecido na época por se articular contra a chamada “ideologia de gênero”. Nunes é empresário, dono de uma empresa de controle agrícola de pragas. Saiba mais sobre ele.
Como mostrou o Estadão, a gestão Nunes bateu recorde de liberação em emendas parlamentares. Foram R$ 263,7 milhões em 2022 – o maior montante destinado a vereadores em sete anos.
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Astronauta Marcos Pontes
Marcos Pontes fez carreira no Exército e se lançou na política como integrante do governo Bolsonaro. Primeiro brasileiro a ir ao espaço, ele é engenheiro de formação e tenente-coronel reformado da Força Aérea Brasileira (FAB). Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi ministro da Ciência e Tecnologia. Valdemar Costa neto, presidente do PL, disse na tarde desta segunda-feira, 5, que Pontes é “um nome forte” para a Prefeitura de São Paulo. Saiba mais sobre ele.
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