Amigos de Raquel Dodge costumam relembrar uma história peculiar quando querem reforçar a ideia de que a indicada para a vaga de procuradora-geral da República é uma profissional obstinada e corajosa, mas “suave”. “Raquel conseguia, ao mesmo tempo, amamentar a filha e participar da força-tarefa que investigou o ex-coronel da PM e ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, acusado de matar um mecânico usando uma motosserra”, disse um procurador que preferiu não se identificar.
Aos 55 anos, Raquel está prestes a ocupar o cargo pelo qual se empenhou. Entre os candidatos à vaga, foi ela quem teve a campanha mais visível e abrangente. Em um site exclusivo para a disputa, lançou o mote de sua candidatura: “Ninguém acima da lei. Ninguém abaixo da lei”. Alguns de seus pares viram nesse “lema” uma alfinetada em Rodrigo Janot, o atual procurador-geral.
Nascida em Morrinhos, interior de Goiás, Dodge é formada em Direito pela Universidade de Brasília (UnB). Um colega de turma, o jornalista Hugo Studart, postou no Facebook que ela era “tipo bela, recatada e do lar”.
Raquel fez pós-graduação em Harvard. “Eu não diria que Raquel é uma feminista, mas é uma pessoa ligada às questões sociais”, afirmou o procurador regional da República Marcelo Antônio Ceará Serra Azul.
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