‘Raramente tivemos avanços tão significativos’, diz Gilmar Mendes sobre ação da PF contra Bolsonaro

Ministro do STF afirma que o que foi apurado até agora indica que “algo de muito ruim estava em marcha”.

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BRASÍLIA - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira, 19, que os elementos colhidos pela Polícia Federal na investigação que apura uma suposta articulação golpista no entorno do então presidente Jair Bolsonaro são “muito convincentes”. Para o ministro, as provas indicam que “de fato algo de muito ruim estava em marcha”.

Gilmar e os outros dez ministros do STF serão responsáveis por julgar Bolsonaro se a Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizar a denúncia criminal contra o ex-presidente.

O ministro do STF Gilmar Mendes fala sobre investigações que miram em Bolsonaro Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

“Eu, como observador da cena há muito tempo, raramente a gente teve avanços tão significativos. Saímos de especulações para provas. Assistindo àquilo que vocês têm divulgado, mais do que as coisas que leio no próprio tribunal, a propósito daquela reunião com os ministros em que os ministros militares falaram, [Augusto] Heleno [do GSI], Paulo Sérgio [da Defesa], fico admirado com os dados que a Polícia Federal conseguiu obter. São de fato muito convincentes de que algo de muito ruim estava em marcha”, afirmou durante sua participação num evento em Brasília nesta terça-feira.

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Gilmar Mendes se refere à reunião filmada pelo Palácio do Planalto em julho de 2022 com a presença de Bolsonaro e diversos de seus ministros. No encontro, o então presidente afirmou que “não podemos deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado”.

O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional à época, afirmou que a Abin iria “montar um esquema para acompanhar o que os dois lados estão fazendo”. O próprio Bolsonaro pediu para seu ministro interromper sua fala neste momento e pediu que o assunto fosse discutido em particular para não ser vazado.

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Já o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio, afirmou que “a comissão [eleitoral, organizada pelo TSE] é para inglês ver”. Disse, ainda, que se sentia “na linha de contato com o inimigo”.

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