BRASÍLIA - Em pronunciamento divulgado pela TV Senado nesta sexta-feira, 15, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu mais uma vez que, sob determinadas circunstâncias, uma colaboração premiada deveria ser "desfeita" caso não fique comprovada as acusações feitas pelo delator. "Com a responsabilidade de quem aprovou a delação, devo dizer que, quando a delação não for comprovada e for vazada para constranger, com o réu preso, com as contas bloqueadas e a família desesperada, quando for apenas para livrar o bandido da cadeia, para trocar personagens, contar narrativas mentirosas, citar fatos que não têm nada a ver, apenas para lavar o dinheiro pilhado, como algumas delas, evidentemente a pena precisa ser agravada e a delação até desfeita", afirmou. Renan já havia feito essa defesa da perda dos benefícios de um delator em caso de mentir na colaboração em entrevistas. Também criticou a adoção dessa colaboração em caso de pessoas presas no episódio dos grampos feitos pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e revelados em maio. Machado,que foi indicado ao cargo por Renan, foi um delator premiado da Operação Lava Jato, mas não chegou a ser preso na ação. Contudo, o peemedebista - que é alvo de oito inquéritos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo algumas investigações baseadas principalmente em delações premiadas - saiu em defesa da adoção do instituto. Segundo ele, sem as delações, o País teria mais dificuldades para descobrir o dinheiro público desviado.Inocente. O presidente do Senado afirmou que "ninguém está imune à investigação", mas se disse inocente das apurações que é alvo. "Sou o maior interessado no esclarecimento cabal de todas as delações. Todas por 'ouvir dizer' ou interpretações subjetivas. Já prestei as informações que me foram solicitadas duas vezes. Abri os meus sigilos e tenho tido uma postura colaborativa, colocando-me sempre à disposição, quando for necessário, em qualquer lugar. Os inocentes não temem investigações. Por isso estou sereno", afirmou.
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