'Resultado da comissão é reflexo do plenário: governo não tem votos', diz líder do PSDB no Senado

Cássio Cunha Lima avalia que, no melhor prognóstico, o governo só conseguiu confirmar entre 115 e 120 votos no plenário da Câmara; 171 votos são necessários para barrar o impeachment

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BRASÍLIA - O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), acredita que o resultado da votação na Comissão de Impeachment nesta segunda-feira, 11, que aprovou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, reflete a posição do plenário da Câmara e que o governo não tem votos para barrar o impeachment.

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O relatório foi aprovado com 38 votos favoráveis e 27 contrários."O que foi aprovado na comissão reflete uma tendência do que ocorrerá no plenário. Faltando pouco mais de cinco dias, o governo não consegue apresentar o nome dos 171 deputados que eventualmente possam votar contra o impeachment", afirmou ao Estado.

Segundo senador tucano, no melhor prognóstico, o governo só conseguiu confirmar entre 115 e 120 votos. De acordo com Cunha Lima, o resultado já era esperado e sinaliza uma maioria de parlamentares "que cresce a cada momento, sobretudo entre os indecisos". O líder do PSDB também defendeu que, aprovado pela Câmara, o processo deve ter continuidade no Senado. Nas suas contas, já haveria hoje na Casa os 51 votos necessários para dar admissibilidade ao processo e afastar temporariamente a presidente por 180 dias, até que o processo seja concluído.

'Fragilidade'. O presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), afirmou que o resultado da Comissão do Impeachment mostra a fragilidade da defesa apresentada pela presidente.

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"O resultado demonstra a fragilidade da defesa. Por maiores que tenham sido os esforços dos que a defenderam, é impossível defender o indefensável", afirmou. De acordo com ele, a presidente cometeu crime de responsabilidade e, por isso, terá a admissibilidade de seu processo de afastamento aprovado.

O senador também pediu serenidade de todas as partes envolvidas neste momento que classificou como "difícil para o País". "É preciso serenidade para enfrentarmos e superarmos este momento difícil. Mas estou seguro de que sairemos mais fortes desse processo graças à força de nossas instituições e da democracia", afirmou.

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